postado em 11/07/2008 13:04
BEIRUTE - Um governo de união nacional de 30 membros foi formado nesta sexta-feira (11/07) no Líbano após a resolução dos problemas envolvendo a distribuição das pastas entre a maioria e a oposição, anunciou o secretário-geral do Conselho dos ministros, Suheil Buji.O governo foi anunciado por um decreto assinado pelo presidente Michel Sleimane e pelo primeiro-ministro Fouad Siniora.
Buji começou anunciando a demissão do governo que dirigia o país desde 2005. Ele leu em seguida a lista dos 30 membros do novo governo. Siniora nomeou Mohamed Feneich, membro do movimento radical xiita Hezbollah, da oposição, para o cargo de ministro do Trabalho. Trata-se da segunda vez que o Hezbollah participa do governo. A primeira vez foi em 2005.
"O governo de união nacional é o governo de todos os libaneses", declarou Siniora depois do anúncio do decreto. Ele afirmou que este governo terá "duas tarefas fundamentais: restaurar a confiança nas instituições políticas e no sistema político libanês e promover a moderação". "É claro que nossas divergências não serão eliminadas de um dia para o outro, mas o mais importante é a forma como vamos tratar essas diferenças: aceitando o outro ou recorrendo às armas e à violência", declarou Siniora.
"Decidimos eliminar nossas divergências", afirmou. O primeiro-ministro havia iniciado as discussões com os principais líderes políticos do país para formar este governo de união no fim de maio. Dezesseis pastas deste governo foram atribuídas à maioria anti-síria, 11 à oposição apoiada por Damasco e Teerã e outras três a pessoas nomeadas pelo chefe de Estado.
Mais cedo nesta sexta-feira, o chefe da maioria parlamentar, Saad Hariri, havia declarado que um dos últimos obstáculos à formação do gabinete de união tinha sido superado. "Pedi ao primeiro-ministro que aceitasse a designação de Ali Kanso" para o comando de um dos ministérios, afirmou Hariri à imprensa após uma reunião com Siniora. Ali Kanso é o ex-presidente do Partido Sírio Nacional Social (PSNS), e tem o apoio do Hezbollah.
A maioria se recusava a nomear Kanso devido ao papel desempenhado por seu partido na onda de violência que deixou 65 mortos e quase 200 feridos em todo o país no início de maio. O acordo de Doha, assinado em 21 de maio pelos representantes da maioria e da oposição, permitiu a eleição do general Michel Sleimane à presidência da República, depois de 18 meses de paralisia institucional.