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Presidente colombiano viaja a Venezuela para encontro com Hugo Chávez

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postado em 11/07/2008 13:13
BOGOTÁ - O presidente colombiano, Alvaro Uribe, viajou nesta sexta-feira (11/07) - às 9h25 locais (14h25 GMT) - em direção à cidade venezuelana de Paraguaná onde vai se encontrar com o colega da Venezuela, Hugo Chávez. Durante a reunião, Uribe vai propor a Chávez a assinatura de quatro acordos comerciais, prevendo-se o restabelecimento das relações diplomáticas que entraram em crise em novembro passado quando o colombiano decidiu prescindir da mediação de Chávez para uma troca de reféns por rebeldes presos. Esse primeiro encontro bilateral desde o fim de 2007 está previsto para acontecer na cidade de Coro, Estado Falcón, noroeste da Venezuela. "Significa o restabelecimento de um diálogo construtivo e respeitoso, que ponha sobre a mesa as diferenças e também os pontos nos quais podemos trabalhar juntos", declarou o ministro venezuelano das Relações Exteriores, Nicolas Maduro. De acordo com o ministro, será um "reencontro político" que reativará projetos de cooperação energética, comercial, fronteiriça e de infra-estrutura. Os analistas venezuelanos destacam que Uribe chegará ao encontro fortalecido, após o resgate de 15 reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), incluindo a mais valiosa deles, a política franco-colombiana Ingrid Betancourt. Chávez estará em posição de fraqueza, consciente de que suas críticas ao colega colombiano e suas reflexões a respeito da guerrilha "foram longe demais". "Mas não se pode interpretar a visita de Uribe à Venezuela como uma revanche. Não se trata de dizer que Chávez está contra a parede, mas que está disposto a dialogar com Uribe", disse o analista Carlos Romero à AFP. Para a professora de Estudos Internacionais da Universidade Metropolitana de Caracas, Elsa Cardozo, esse encontro será o mais importante entre ambos os presidentes, e Chávez está, especialmente, interessado em acabar com esse clima de guerra. "Os insultos que dirigiu a Uribe foram duríssimos, mas agora defende a aproximação, porque precisa de uma normalização relativa e provavelmente temporária, enquanto recupera espaço internacional e recompõe sua imagem internamente", afirmou a especialista. Segundo Elsa, "Chávez perdeu espaço político, suas contradições já não conseguem modificar o ambiente político, perdeu projeção internacional e seus principais aliados, como Equador, Bolívia, Nicarágua e Cuba, vivem momentos de incerteza". Uribe garantiu que irá ao encontro com Chávez com "entusiasmo" e com o desejo de dar um "impulso em toda a agenda" bilateral. Chávez declarou, por sua vez, que irá recebê-lo "como um irmão", apesar das "coisas duras" que chegaram a dizer um para o outro. "Ninguém pede a eles que se comportem como irmão. É impossível (...) mas são países fronteiriços e é possível um modus vivendi com políticas específicas para interesses comuns", comentou Romero. No encontro, os dois vão tratar do restabelecimento da cooperação nos mais de 2.000 km de fronteira comum, onde o narcotráfico, a presença de guerrilha e o contrabando exigem uma maior troca de informação. Além disso, ambos visitarão a refinaria de Paraguaná e deverão assinar um compromisso para a construção conjunta de um ferrovia transfronteiriça, segundo fontes diplomáticas. Também será discutida a necessidade de "equilibrar" o comércio bilateral, que nos quatro primeiros meses de 2008 cresceu 30% e chegou a 2,064 bilhões de dólares, graças às importações colombianas, que continuam sendo muito mais fortes do que as exportações venezuelanas para o país vizinho.

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