postado em 13/07/2008 12:08
Israelenses e palestinos estariam mais próximos do que nunca de alcançar um histórico acordo de paz, estimou neste domingo o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, após um encontro em Paris com o presidente palestino Mahmud Abbas, sob os auspícios do chefe de Estado francês Nicolas Sarkozy.
"Nunca estivemos tão perto de um acordo", afirmou Olmert no Eliseu ao lado de Abbas e Sarkozy, horas antes da abertura da cúpula de lançamento da União pelo Mediterrâneo (UPM), projeto que reúne mais de 40 países da região.
"Estamos nos aproximando de um momento em que teremos que tomar decisões importantes", continuou o chefe de Governo israelense, que passa por tempos difíceis em seu país, afundado em acusações de corrupção.
Abbas, por sua vez, disse que a "amizade" de Sarkozy, atual presidente em exercício da União Européia (UE), em relação a ambas as partes permite que ele "desempenhe um papel importante para ajudar na construção de um processo de paz bem sucedido em poucos meses".
"Começamos negociações em profundidade com Israel. Continuaremos com os esforços. Somos bastante sérios", concluiu o líder palestino.
Apesar das reuniões regulares entre israelenses e palestinos desde a retomada do processo de paz, em novembro do ano passado, após sete anos de paralisia, a questão das colônias judaicas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental ainda bloqueia as discussões.
As acusações de corrupção contra Olmert, interrogado pela polícia israelense na última sexta-feira pela terceira vez, são outro obstáculo a ser superado pelo processo de paz, uma vez que, para muitos, os dias do atual primeiro-ministro à frente do governo estão contados.
Sarkozy aproveitou a cúpula da UPM para aumentar o papel da França no Oriente Médio, sentando à mesma mesa amigos e inimigos da conturbada região em prol de um objetivo comum.
Neste domingo, Sarkozy disse que seu projeto deve ensinar os países da região a "se amarem uns aos outros".
"Isso não quer dizer, é claro, que todos os problemas estejam resolvidos. Mas o objetivo desta cúpula é que aprendamos a nos amar uns aos outros no Mediterrâneo, ao invés de continuar com o ódio e a guerra", afirmou o presidente francês.
A cúpula marca a volta ao cenário internacinal do presidente sírio, Bashar Al Assad - que, no entanto, não tem encontros agendados com Olmert durante sua passagem pela França.
O primeiro-ministro israelense declarou-se esperançoso de que as negociações de paz iniciadas com a Síria através da mediação da Turquia possam "se transformar muito em breve em (negociações) diretas".
Israel e Síria, tecnicamente em guerra desde a criação do Estado judaico em 1948, já participaram de três rodadas de negociações indiretas desde março deste ano.