postado em 14/07/2008 21:22
A China registrou um novo caso de fúria social, desta vez envolvendo trabalhadores migrantes que 'cercaram uma delegacia de polícia e destruíram carros e motos em Kanmen, na província de Zhejiang, na próspera costa leste. Os protestos envolveram centenas de pessoas, duraram três dias e só foram controlados no domingo (13/07) com a chegada de 300 policiais à cidade e a prisão de 30 pessoas, segundo a entidade Information Center for Human Rights and Democracy, com sede em Hong Kong.
De acordo com a organização, as manifestações começaram depois que policiais bateram em um trabalhador migrante que tentava obter registro de residência em Kanmen - requisito para ele não ser considerado um "ilegal" dentro de seu próprio país. As autoridades locais afirmam que o incidente envolveu apenas 20 pessoas e que o trabalhador migrante estava bêbado e se feriu sozinho ao cair na calçada. Os manifestantes jogaram pedras na delegacia e a maioria das pessoas que estavam no local apenas assistiu ao que estava ocorrendo, sem participar da manifestação sustentam representes do governo de Kanmen.
Este é o quarto caso em menos de um mês de choque entre a população e autoridades locais. No dia 28 de junho, cerca de 30 mil pessoas tomaram as ruas de Weng'an, em Guizhou, no sudoeste chinês, para protestar contra o resultado das investigações sobre a morte de uma adolescente de 17 anos. Em Xangai, maior e mais rica cidade do país, o desempregado Yang Jia invadiu uma delegacia de polícia no dia 1º de julho, matou seis policiais e feriu outros quatro. Aparentemente, ele tentava se vingar do fato de ter sido detido e interrogado no ano passado por um crime que não teria cometido.
No dia 2 de julho, um homem explodiu um edifício público em Zhangjiajie, na província de Hunan, deixando 12 pessoas feridas, cinco das quais gravemente. A versão oficial é a de que ele pretendia se vingar pela demolição de um prédio de sua propriedade que havia sido erguido em desacordo com a legislação.