postado em 15/07/2008 12:49
BAAQUBA - Pelo menos 37 pessoas morreram nesta terça-feira (15/07) em vários atentados suicidas praticados em Diyala (nordeste) e Mossul (norte), duas regiões do Iraque com forte presença da rede islâmica Al-Qaeda. Pouco depois das 8h locais (2h de Brasília), dois terroristas suicidas detonaram seus cinturões de explosivos próximo à entrada principal da base militar Saad. Os dois homens tinham como alvo a multidão de voluntários iraquianos que esperavam para ser registrados em um centro de recrutamento da base.
A dupla explosão deixou 28 mortos e pelo menos 55 feridos, segundo um último registro da Polícia e do Exército, confirmado por fontes médicas. Esta terça-feira seria o primeiro dia de recrutamento na base. Segundo uma fonte policial, um terrorista suicida vestia um uniforme do Exército iraquiano e o segundo estava vestido com roupas civis. A base Saad também abriga tropas norte-americanas.
O Exército norte-americano forneceu um registro de 16 "policiais" iraquianos mortos e 30 feridos, sem mencionar vítimas entre as tropas dos Estados Unidos. "Éramos uns trinta aguardando na porta da base. Tinham acabado de nos chamar quando houve uma grande explosão", declarou Falah Ali Hussein, um jovem de 17 anos ferido nas perna, nas costas e na cabeça. O atentado ocorreu 10 km a leste de Baaquba, capital da província de Diyala.
Essa província, situada a nordeste de Bagdá, é um baluarte do braço iraquiano da Al-Qaeda e é considerada uma das mais perigosas do Iraque. Mais ao norte, em Mossul, 370 km ao norte de Bagdá, o último "baluarte urbano" da Al-Qaeda, segundo o Exército norte-americano, pelo menos nove pessoas morreram em dois atentados suicidas, indicaram à AFP uma autoridade da Polícia local e um médico.
No leste de Mossul, um terrorista suicida lançou seu veículo cheio de explosivos contra uma patrulha da Polícia iraquiana, matando cinco pessoas e ferindo seis, indicou o major Ahmed Shaheb, da Polícia local. Anteriormente quatro pessoas haviam morrido e outras cinco ficaram feridas em um atentado suicida praticado por um terrorista suicida que tinha como alvo uma patrulha de polícia no centro de Mossul.
O homem detonou seu cinturão de explosivos quando os policiais tentavam prendê-lo. Ahmed Khassem, médico do hospital de Mossul, confirmou que nove corpos haviam sido levados para o centro médico. A oeste da cidade, outro carro-bomba explodiu próximo a uma patrulha do Exército iraquiano e deixou seis feridos, entre eles dois soldados. Esses atentados ocorreram no momento em que várias unidades iraquianas, com o apoio do Exército norte-americano, efetuam uma grande ofensiva contra o braço iraquiano da Al-Qaeda em Mossul.
O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki anunciou no final de junho o lançamento de uma operação militar de grande escala contra os insurgentes na província majoritariamente sunita de Diyala, na fronteira com o Irã. O Exército iraquiano prevê "duros" combates durante essa ofensiva, segundo o ministro do Interior.
Os insurgentes continuam lançando ataques nessa província, apesar das diversas operações das forças norte-americanas e iraquianas. Uma minoria xiita vivia em Diyala até 2006, mas muitas pessoas se viram obrigadas a fugir da violência diária entre membros de Al-Qaeda e tribos sunitas aliadas dos norte-americanos.