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Líderes agrários protestam contra impostos sobre exportações

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postado em 15/07/2008 20:28
BUENOS AIRES - Dirigentes do setor agrário fizeram um apelo, nesta terça-feira (15/07), pela consolidação de uma Argentina agroexportadora, em um comício que reuniu uma multidão, no qual pediram aos senadores que votem, na quarta, contra o polêmico projeto que ratificará o aumento das taxas sobre as exportações de grãos. "Convoco a criação de uma Argentina agroexportadora, a que nossos avós sonharam, e que sobrem alimentos para todos os argentinos", disse Alfredo De Angeli, um produtor médio da rica região dos Pampas e radical dirigente do protesto agrário. Em um ato em frente ao Monumento aos Espanhóis, no bairro de Palermo, De Angeli garantiu que o governo "está roubando" os produtores, ao aplicar os tributos móveis, que aumentam os impostos sobre a soja, o milho, o girassol e o trigo, segundo seus preços internacionais. Representante dos grandes produtores, Luciano Miguens classificou a resolução 125, que define as "retenções (impostos) móveis nos grãos, de "injustas, confiscatórias e anticonstitucionais". Miguens rejeitou a medida, que deflagrou em março o maior conflito agropecuário da história, e pediu aos senadores que votem contra a lei "que atenta contra a produção, desestimula o investimento e gera desemprego". De Angeli também instou aos senadores que votem contra o projeto oficialista, que já conta com a aprovação da Câmara de Deputados, porque "têm a responsabilidade de unir o povo e de pôr em marcha a produção agropecuária argentina". O dirigente Fernando Gioino pediu aos senadores que votem "olhando o bem comum", contra os impostos que o governo defende como uma medida para distribuir a riqueza e controlar o aumento de preços de alimentos no mercado interno. Declarou ainda que "nós, os produtores da Argentina, podemos produzir o dobro, ou o triplo, se nos derem segurança e rentabilidade". O líder dos pequenos e médios produtores, Eduardo Buzzi, insistiu na necessidade de garantir melhoras para o setor e criticou o Governo, por taxar a produção agrária, mas não os outros setores econômicos, como a atividade financeira, a mineração e a pesca.

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