postado em 16/07/2008 08:39
MOSCOU - Os restos humanos descobertos em 2007 na região de Ekaterinburgo (Urais) são do filho do tzar, o tzarevich, e de sua irmã Maria, assassinado com toda a família imperial há 90 anos, concluiu a promotoria russa citada nesta quarta-feira (16/07) pela agência Interfax. A promotoria confirmou que todos os resultados científicos de um teste de DNA coincidem com a hipótese de que esses fragmentos de corpos são do filho e de uma das quatro filhas do último tzar da Rússia, Nicolau II.
A família imperial russa foi executada na madrugada de 17 de julho de 1918 na região de Ekaterinburgo por ordem dos bolcheviques, que tomaram o poder na revolução de outubro de 1917. Os resultados publicados nesta quarta foram obtidos graças a três análises na Rússia, no Instituto de Genética Vavilov, nos Estados Unidos, em um laboratório do Pentágono, e na cidade austríaca de Innsbruck, informou Vladimir Soloviev, pesquisador da promotoria russa à televisão Rossia.
Os corpos dos demais membros da família Romanov - os do tzar, sua esposa e suas outras três filhas -, extraídos de uma vala comum de Ekaterinburgo em 1991, foram oficialmente identificados em 1998 pelo governo russo e enterrados com grande pompa na antiga capital imperial de São Petersburgo. Então ocorreu uma forte polêmica sobre a autenticidade dos corpos. A Igreja ortodoxa russa colocou em dúvida os resultados dos exames de DNA.
Centenas de fiéis russos ortodoxos se preparam em Ekaterinburgo para comemorar o 90o. aniversário da morte de Nicolau II e sua família. Aumentou a visita de seus seguidores a Igreja do Sangre Derramado, o santuário erguido no local onde Nicolau II, sua esposa e seus cinco filhos foram executados. "Nicolau amava seu povo. Ele levantou a Rússia e fez da Rússia uma grande potência", declarou religiosa Nina, de 71 anos.
A imagem da família do tzar mudou depois da queda da União Soviética e quando a Igreja Ortodoxa canonizou seus membros. Ekaterinburgo é o lugar central das comemorações, cujo momento mais importante será na quinta-feira, data exata dos 90 anos da execução. Não está prevista a presença do presidente russo Dimitri Medvedev, levando em conta a atitude prudente a respeito dos temas soberanos de seu predecessor Vladimir Putin.