postado em 16/07/2008 13:07
PARIS - As taxas de sobrevida para vários tipos de câncer variam significativamente de um país para o outro: os Estados Unidos apresentam as melhores expectativas, principalmente entre a população branca, segundo estudo publicado na edição desta quinta-feira da revista britânica The Lancet oncology.
Este estudo, o primeiro do gênero, foi realizado por uma equipe conduzida por Michel Coleman (London School of Hygiene and Tropical Medicine), com 1,9 milhão de pessoas em 31 países: mais de 20 países da Europa, dos EUA, do Canadá, da Austrália, do Japão, do Brasil, da Argélia e de Cuba.
Os pesquisadores compararam as taxas de sobrevida de cinco anos para os cânceres de mama, colo, reto e da próstata, diagnosticados entre 1990-1994. Em todos esses casos, a sobrevida é a melhor na América do Norte, seguida da Austrália, do Japão e da Europa ocidental. Ela é a mais frágil na Argélia (onde somente a região de Setif, que representa 300 casos de câncer, pôde ser estudada), no Brasil (somente duas regiões e 1.723 casos estudados) e na Europa ocidental.
Para os cânceres de mama e da próstata, as mais altas taxas de sobrevida estão nos Estados Unidos. O Japão é o número um para os cânceres colaterais entre os homens, e a França para os cânceres entre as mulheres. Em Sétif, as taxas de sobrevida de cinco anos vão de 11,4% para o câncer de cólon nos homens a 38,8% para o câncer de mama. Nos Estados Unidos, os dados vão de 56,4% para o câncer do reto entre os homens a 91,1% para o câncer da próstata.
Na França, as taxas vão de 52,8% para o câncer do reto entre os homens a 79,8% para o câncer de mama. As variações são às vezes importantes entre países da Europa ocidental, com menos de 40% para o câncer de próstata na Dinamarca e 80% na Áustria.
Nos Estados Unidos, as taxas de sobrevida são substancialmente mais baixas entre os negros que entre os brancos. A diferença é de 7% para o câncer de próstata, e de 14% para o câncer de mama.
Para os pesquisadores, estas divergências das taxas podem ser explicadas provavelmente pelas "diferenças no acesso ao diagnóstico e ao tratamento" e nos investimentos no setor da saúde. Uma boa parte dos dados sobre Cuba foi excluída do relatório, com a fundamentação em certificados de óbito e não em casos clínicos.