postado em 17/07/2008 10:21
MADRI - O Supremo Tribunal espanhol absolveu nesta quinta-feira (17/07), depois da apelação, quatro dos 21 condenados pelos atentados islamitas de 11 de março de 2004 en Madrid, que deixaram 191 mortos. A corte confirmou, além disso, a absolvição de "Mohamed, o egípcio", apresentado no processo como suposto cérebro dos atentados.
O Supremo decidiu absolver Basel Ghalyun e Mohamed Almallah Dabas, ambos condenados em primeira instância a 12 anos de prisão por pertencer a organização terrorista. O tribunal também absolveu Abdelilah El Fadual El Akil, condenado a nove anos por colaborar com organização terrorista, assim como Raúl González Peña, condenado a cinco anos por fornecimento de explosivos.
O Supremo Tribunal rejeitou, por outro lado, os recursos apresentados pela promotoria contra a absolvição de Rabei Usmane Sayed Ahmed, o "Mohamed, o egípcio", que se encontra preso na Itália. "O egípcio" havia sido absolvido em primeira instância, em outubro de 2007, de todas as acusações que pesavam contra ele, pois a Audiência Nacional, máxima instância penal espanhola, alegou que não havia provas suficientes para condená-lo como instigador dos atentados.
Também considerou que não podia ser condenado na Espanha por pertencer a organização terrorista já tendo sido condenado a oito anos de prisão pelos mesmos fatos na Itália. A promotoria apelou desta decisão e pediu dez anos de prisão para ele por pertencer a um grupo terrorista, mas não recorreu de sua absolvição pelo papel de suposto instigador dos atentados.
Nesta quinta, o Supremo Tribunal também decidiu condenar Antonio Toro, um dos acusados do processo concluído em outubro, a quatro anos de prisão por tráfico de explosivos. A Audiência Nacional havia condenado, em 31 de outubro, 21 dos 28 acusados dos atentados de 11 de março de 2004 em Madri, em alguns dos casos com penas que superavam os 40 mil anos de prisão. Estas condenações não foram modificadas pelo Supremo Tribunal.
Em 11 de março de 2004, às 07h40, dez bombas explodiram em quatro trens carregados de passageiros, trabalhadores e estudantes que se dirigiam à estação de Atocha, nos atentados mais mortais cometidos em nome da Al-Qaeda no Ocidente desde os atataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.