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Passo a passo da crise argentina

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postado em 18/07/2008 07:42
O Senado argentino rejeitou, na madrugada desta quinta-feira, a resolução 125, que pretendia regulamentar o aumento nos impostos sobre exportação de grãos. A decisão dos senadores é um golpe para a presidenta do país, Cristina Kirchner, que contava com o aval à resolução para aumentar a oferta interna de alimentos e, com isso, reduzir a inflação. O confronto entre a Casa Rosada e os produtores agrícolas começou em março. 11 de março: Produtores rurais protestam contra a proibição de exportar trigo e o governo sugere um aumento de impostos sobre a exportação de grãos. As tarifas seriam variáveis, de acordo com o preço do produto no mercado internacional. 13 de março: Para manifestar sua oposição à proposta governista, imposta por decreto e impulsionada pelo então ministro da Economia, Martín Lousteau, quatro organizações de produtores agrícolas anunciam uma greve e bloqueiam estradas de acesso a grandes cidades. 25 de março: Alguns alimentos começam a escassear nos mercados das grandes cidades. Conseqüentemente, surgem os primeiros panelaços contra a intransigência da presidenta, Cristina Kirchner. O governo ameaça, um dia depois, pedir às forças de segurança que liberem as estradas. 27 de março: A presidenta chama os agricultores para uma negociação e exige o fim dos bloqueios. Os produtores aceitam a condição, mas o diálogo fracassa. 31 de março: Cristina faz uma concessão. Anuncia que compensará pequenos e médios fazendeiros pelo aumento nos impostos. A greve dos produtores é mantida até 2 de abril. 6 de abril: Irritado com os efeitos da greve, o Executivo entra na Justiça contra os produtores, acusados de ;violar as leis de abastecimento e da segurança; e ;impedir o funcionamento normal do transporte;. A greve durou 21 dias. 18 de abril: Começa a valer o esquema de compensações e subsídios para pequenos e médios agricultores. 30 de abril: O diálogo parece dar resultados, e as exportações de trigo e carne são retomadas na Argentina. 7 de maio: As associações agropecuárias interrompem a exportação de grãos até 15 de maio e voltam a protestar nas estradas, mas sem suspender o fornecimento interno. 23 de maio: A sociedade civil dá sinais de irritação com a extensão da crise. Governo e agricultores retomam o diálogo, mas os produtores continuam insatisfeitos. 25 de maio: O setor rural convoca cerca de 300 mil pessoas para um protesto em Rosário. No dia seguinte, o governo rompe as negociações. 29 de maio: O Executivo corrige as tarifas de impostos sobre as exportações de grãos, mas as mudanças não agradam aos produtores. 17 de junho: Cristina Kirchner aceita enviar o decreto de elevação dos impostos ao Congresso, uma das exigências dos agricultores. 5 de julho: A resolução 125, que regulamento o aumento dos tributos, é aprovada na Câmara dos Deputados por apenas sete votos de diferença. 16 de julho: O governo sofre um duro golpe revés após a rejeição do projeto no Senado, com o voto decisivo dado pelo vice-presidente do país, Julio Cobos.

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