postado em 21/07/2008 09:07
PEQUIM - Duas explosões em dois ônibus, classificadas de atos deliberados de sabotagem pela polícia, deixaram dois mortos nesta segunda-feira (21/07), em Kunming (sudoeste da China), em meio a forte medidas de segurança quando faltam apenas três semanas para o início dos Jogos Olímpicos de Pequim. As explosões, ocorridas com menos de uma hora de intervalo, aconteceram pela manhã, na hora mais movimentada do centro de Kunming, capital da província de Yunan.
"Segundo os primeiros elementos da investigação, trata-se de um caso de sabotagem", indicou o porta-voz do Departamento de Segurança da província de Yunan. O porta-voz da polícia não determinou a origem das explosões, que feriram 14 pessoas, nem as razões por que as autoridades se voltam para a pista de um atentado. Kunming, 2.100 km a sudoeste de Pequim, tem mais de seis milhões de habitantes.
Na primeira explosão, logo depois das 7h da manhã, morreu uma mulher e dez pessoas ficaram feridas. O ônibus se encontrava numa parada, diante de um hospital, informou a edição on-line do Diário de Yunan."Os vidros dos dois lados do veículo voaram em pedaços e os assentos foram destruídos", diz o comunicado do departamento. Nas fotos publicadas pelo site do jornal, se pode ver o veículo com os vidros quebradas, mas com o pára-brisas intacto. A explosão, localizada na parte dianteira do ônibus, não provocou um incêndio.
A segunda explosão aconteceu na mesma avenida, que atravessa o centro da cidade, e nela morreu um homem e quatro pessoas ficaram feridas. As imagens da televisão pública também mostraram um ônibus com importantes danos em seu interior. Depois das explosões, a polícia isolou as duas zonas e realizou controles de identidade.
Nas últimas semanas as autoridades chineses têm insistido na ameaça terrorista procedente da região de maioria muçulmana de Xinjiang (noroeste) para justificar as rígidas medidas de segurança impostas às vésperas dos Jogos de Pequim. Pequim ordenou recentemente aos governos locais que façam todo o possível para resolver os conflitos sociais que afetam várias províncias, para evitar uma multiplicação dos incidentes durante os Jogos.
No sábado passado duas pessoas morreram em Yunan nas mãos da polícia durante protestos de camponeses da etnia Dai, irritados com o governo local pelo preço fixado para sua colheita de borracha.