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Câncer de próstata desafia a medicina

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postado em 23/07/2008 07:50
O câncer de próstata é uma doença maligna que acomete o sistema reprodutor masculino. Ocorre quando uma célula aparentemente normal começa a multiplicar de modo desordenado, formando pequenos aglomerados que crescem numa velocidade muito maior que os tecidos vizinhos. Podem comprimir estruturas, dificultando a função do órgão ou de regiões próximas, ou se espalhar pelo sistema sangüíneo ou linfático, provocando problemas à distância, o que no jargão médico chama-se de metástases. A chance de desenvolver a doença aumenta com a idade. Infelizmente, no início do processo de crescimento do tumor pode não haver nenhum sintoma, mas testes clínicos periódico e exames de sangue específicos -- como o antígeno prostático específico -- aumentam a possibilidade da detecção precoce e, por conseguinte, a chance de cura. A PSA é uma enzima produzida pela próstata que tem a função de promover a fluidez do esperma. Quanto mais alto o valor da PSA maior o risco e, dependendo dos valores e dos achados clínicos, pode ser necessária a realização de outros exames, inclusive a biópsia, que fornece o diagnóstico de certeza. Algumas outras formas de detecção estão sendo desenvolvidas visando o diagnóstico mais precoce, como o EPCA-2 e PCA3, que têm potencial de se tornarem pelo menos adjuvantes da PSA. O tratamento pode ser realizado de diversas formas, dependendo do estágio do tumor. Um dos sistemas utilizados é o TNM -- ou seja, o grau de evolução que o tumor se encontra: tamanho (T), a presença de nódulos linfáticos acometidos (N) e presença de metástases (M). Várias modalidades de tratamentos estão disponíveis. Cirurgia, quimioterapia, terapia hormonal, radioterapia/braquiterapia, Hifu (uma espécie de ultrassom terapêutico), criocirurgia ou uma combinação de técnicas. A decisão depende dos dados clínicos e dos exames complementares, que merecem a avaliação do urologista e do oncologista. O tratamento desenvolvido pela equipe londrina poderá fornecer uma opção adicional, particularmente para os pacientes que possuem doença avançada. O principal saldo científico imediato do estudo é o papel de outros hormônios no câncer de próstata e talvez em várias outras doenças similares. No que tange ao câncer de próstata, apesar dos resultados claramente promissores, serão necessários outros estudos clínicos para assegurar a eficácia e a segurança do referido tratamento, antes da sua utilização em larga escala. Carlos Gropen Jr. é médico, professor da UnB e consultor de Saúde do Correio Braziliense

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