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Com referendo de revogação de mandatos, Morales mostra sua luta para manter o poder na Bolívia

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postado em 23/07/2008 21:24
No próximo dia 10 os bolivianos vão às urnas para decidir se querem ou não que Evo Morales continue como presidente. A população vai ter que analisar também se os oitos governadores eleitos em 2006 com Morales e o vice-presidente merecem ou não seguir no poder. A estratégia do governo, inspirada em manobra usada pelo venezuelano Hugo Chávez, pode ajudar ou atrapalhar a estabilidade política da Bolívia. Após dois anos no comando, Morales enfrentou seu maior problema político. Insatisfeitos com o presidente esquerdista, os governadores opositores resolveram fazer um referendo sobre a autonomia do estado. O processo começou em maio com votação na região mais rica da Bolívia, Santa Cruz. A população votou a favor da autonomia, mas o processo foi considerado inválido pelo governo. Depois foi a vez dos estados de Beni, Pando e Tarifa. As votações atrasaram o trabalho de preparação da nova Constituição boliviana. Enfraquecido, Morales "copiou" o amigo Chávez. Na época dos referendos, o presidente afirmou que a autonomia era uma idéia da elite de direita, com pouco apoio popular. E que a elevada abstenção nos referendos autonomistas revela "uma rebelião do povo contra os caciques". "Em alguns estados se engana o povo com falsas mensagens, mas o processo de mudança vai continuar graças à consciência do povo boliviano", declarou Morales. Ele defendeu que população deveria avaliar de novo e de forma nacional seus representantes no governo. "O melhor é um (referendo) revogatório, para que o povo nos julgue, não há por que ter medo do povo, é preciso se submeter ao povo", acrescentou ele, antevendo que alguns governadores poderão ser destituídos.

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