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Argentina: chefe de gabinete assume sem expectativas de mudança

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postado em 24/07/2008 21:14
O novo chefe de gabinete argentino, Sergio Massa, de 36 anos, assumiu nesta quinta-feira (24/07), estimulado por expectativas de mudança no desgastado governo de Cristina Kirchner, após a dura derrota governista no Senado envolvendo a questão agrária. Massa tomou posse em um ato na Casa de Governo, onde foi saudado efusivamente pela presidente e por seu sucessor no gabinete, Alberto Fernández. Após a cerimônia, Massa concedeu sua primeira entrevista coletiva, para anunciar o envio ao Congresso do projeto de reestatização das Aerolíneas Argentinas, atualmente nas mãos do grupo espanhol Marsans. "As Aerolíneas Argentinas estavam em uma situação gravíssima e, com a intervenção do Parlamento, pretendemos adotar essa decisão com muita transparência e fortaleza institucional", disse Massa, ao lado do ministro do Planejamento, Julio de Vido. Massa deixa a prefeitura de Tigre, na periferia norte de Buenos Aires, para assumir o lugar de Alberto Fernández, que renunciou na quarta-feira. Nas várias entrevistas concedidas antes de assumir, Massa prometeu "muito diálogo" com a oposição, as províncias e o setor rural e garantiu que dirá à presidente "tudo que puder ver, sentir, perceber e que faça falta ao trabalho para melhorar a gestão do governo e a vida dos argentinos". "A função essencial de Massa será dizer a verdade aos Kirchner", estimou o analista Rosendo Fraga. A chegada de Massa, um jovem dirigente peronista que construiu uma relação de confiança com o casal Kirchner, abre tanto expectativas como incógnitas. "A saída de Fernández é uma peça essencial no esquema K (Kirchner). Nada será igual. Ninguém sabe como vai ser", destacou o consultor político Enrique Zuleta Puceiro. Em sua carta de renúncia, Fernández disse que "não tinha sentido seguir em um lugar no qual era difícil sustentar o que pensa (...)". A saída de Fernández ocorre a menos de uma semana da derrota do governo no Senado, que rejeitou o projeto oficial para impor impostos progressivos sobre as exportações de grãos.

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