postado em 26/07/2008 13:56
PHNOM PENH - Mais de oito milhões de cambojanos estão convocados a participar domingo das eleições legislativas, marcadas por tensões com a Tailândia vizinha e pelo favoritismo do primeiro-ministro Hun Sen, no poder há 23 anos. A campanha eleitoral está sendo muito menos violenta desta vez, segundo a maioria dos analistas. Mas o processo foi um pouco atropelado pela violenta crise fronteiriça com o governo de Bangcoc, numa zona contestada perto do templo de Preah Vihear (norte do Camboja), que entrou este ano para o patrimônio mundial da Unesco. A área está cercada por milhares de soldados tailandeses e cambojanos. "As pessoas estão mais preocupadas com a questão na fronteira (com a Tailândia) do que com as eleições", comentou Hang Puthea, dirigente do Nicfec, grupo de observadores eleitorais.
O Partido do povo cambojano (PPC) de Hun Sen, que tem uma organização eficaz até nos vilarejos mais isolados do reino, controla 73 das 123 cadeiras da Assembléia atual e espera conquistar pelo menos mais dez cadeiras domingo, o que lhe daria maioria de dois terços. O Camboja é um dos países mais pobres da Ásia e do mundo. Cerca de 35% dos 14 milhões de habitantes vivem com menos de um dólar por dia. Mas o reino, apoiado pela comunidade internacional desde o fim da guerra civil, vem registrando desenvolvimento rápido, com um crescimento superior a 10% há três anos, o que constitui o principal trunfo de Hun Sen.