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Lista de possíveis vices de Obama está cada vez menor

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postado em 30/07/2008 13:27
WASHINGTON - O número de possíveis companheiros de chapa do candidato à Casa Branca Barack Obama está diminuindo, e a ex-adversária do senador de Illinois nas primárias democratas Hillary Clinton não se encontra entre os favoritos para o cargo. A escolha de um companheiro de chapa é freqüentemente considerada a mais importante decisão que um candidato à presidência deve tomar antes da eleição.

Segundo o jornal especializado Politico, o governador de Virginia (leste dos EUA), Tim Kaine, é o favorito. O Washington Post tem a mesma opinião e afirmou terça-feira que Kaine manteve discussões "muito sérias" com Obama nos últimos dias. Tim Kaine, 50 anos, é o governador de um estado considerado crucial na perspectiva da eleição presidencial de novembro. Além disso, ele pode ajudar Obama a conquistar os eleitores católicos e a seduzir os latinos. Advogado dos direitos cívicos, Kaine foi missionário católico em Honduras e fala fluentemente espanhol.

Entretanto, ele é pouco conhecido no âmbito nacional, e não tem experiência sobre as questões ligadas á segurança nacional. "Ser lembrado é motivo de orgulho", comentou Kaine a uma rádio local de Washington. De acordo com a imprensa americana, o senador de Indiana (norte) Evan Bayh e o presidente da comissão das Relações Exteriores do senado, Joe Biden, também são candidatos sérios ao cargo de eventual vice-presidente.

Os nomes de Chris Dodd, presidente da comissão bancária do Senado, de Chuck Hagel, senador republicano de Nebraska (centro), e Kathleen Sebelius, governadora do Kansas (centro), também foram mencionados. Ao contrário, segundo o New York Times, é pouco provável que Hillary Clinton seja designada para o cargo.

Entrevistado domingo pela rede NBC, Obama apresentou o perfil de seu eventual companheiro de chapa. "Quero uma pessoa íntegra, independente, pronta para me dizer a qualquer momento quando pensa que estou errado", enumerou. "Teremos muitos problemas para resolver, e muito trabalho para fazer. Não estou interessado em um vice-presidente para me representar apenas nos funerais", declarou.

Obama também elogiou sua ex-adversária nas primárias, afirmando que ela é "uma das dirigentes mais eficientes, inteligentes e corajosas do Partido Democrata". "Temos que modificar significativamente não apenas nossa política, mas também a forma como as pessoas fazem política em Washington", alertou. Para muitos observadores, Obama se referia implicitamente à ex-primeira-dama, cujo nome é associado à política de Washington desde o início dos anos 90.

Entretanto, segundo Adam Nagourney, chefe da editoria de política do New York Times, se nas próximas semanas as pesquisas passarem a apontar para uma batalha acirrada entre Obama e o candidato republicano John McCain, o senador de Illinois poderia acabar se voltando para Hillary Clinton. Segundo uma pesquisa do Instituto Gallup publicada pelo jornal USA Today, McCain está agora à frente de Obama (49% a 45%) nas intenções de voto dos eleitores "que expressam o desejo de votar". Todas as outras pesquisas, entre elas as do Gallup apontam para uma vantagem de 3% a 8% para Obama. Barack Obama deve anunciar o nome de seu companheiro de chapa pouco antes da convenção democrata, que começa em 25 de agosto em Denver (Colorado, oeste dos EUA).

Veja as apostas mais citadas, à exceção de Hillary Clinton.

Tim Kaine, de 50 anos, governador da Virgínia (leste) desde 2005: esse católico praticante, ex-missionário jesuíta em Honduras, foi um advogado especializado na defesa dos direitos civis. Progressista renomado, conseguiu se impor em um estado considerado conservador, descartando algumas de suas próprias convicções. Pessoalmente contrário à pena capital, não se opôs à execução dos condenados à morte em seu estado. Do mesmo modo, embora seja contrário ao casamento de casais homossexuais, ele se recusou a assinar um emenda à Constituição do Estado da Virgínia, estipulando que o casamento é possível apenas entre um homem e uma mulher.

Evan Bayh, de 52, senador por Indiana (norte), desde 1998: fez campanha para Hillary Clinton nas primárias democratas. Entre 1988 e 1996, Bayh foi governador de Indiana, um estado fortemente republicano. No cargo, alcançou notoriedade ao equilibrar o orçamento e baixar os impostos, além de permitir a criação de cerca de 350.000 empregos. Em função disso, Bayh continua extremamente popular em seu estado.

Joe Biden, de 65, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado - é um peso pesado da vida política americana. Está no Senado, em mandatos seguidos, desde 1972, onde representa o estado de Delaware (leste). Pré-candidato na corrida democrata de 2008, rapidamente aderiu às fileiras de Barack Obama e se tornou um de seus principais conselheiros em matéria de Política Externa.

Chris Dodd, de 64, presidente da Comissão Bancária do Senado, onde está desde 1980, pelo estado de Connecticut (nordeste) - conhece todos os meandros da vida política de Washington. Também foi pré-candidato, sem sucesso, na corrida deste ano.

Chuck Hagel
, de 61, ex-heroí da Guerra do Vietnã e especialista em questões de Segurança Nacional - esse senador por Nebraska (centro) é um dos raros republicanos contrários à guerra no Iraque. Acompanhou Obama durante sua recente viagem a esse país. Conservador, ele é contra o direito ao aborto e favorável às orações nas escolas públicas.

Kathleen Sebelius, de 60, é governador do Kansas (centro) desde 2002 - filha de um ex-governador de Ohio (norte), ela se impôs em um dos estados mais conservadores dos EUA e, hoje, é uma das governadoras mais populares do país. É considerada uma das raras mulheres em condições de brigar pela Casa Branca em 2012, ou 2016.

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