postado em 05/08/2008 10:40
Dois jornalistas japoneses, que cobriam o atentado de segunda-feira (04/08) na localidade de Kasghar (oeste de China), foram detidos e maltratados pela polícia local, que mais tarde lhes pediu desculpas, informou uma das vítimas e a imprensa chinesa.
Masami Kawakita, fotógrafo do jornal Tokyo Shimbun, disse à AFP ter sido interpelado por policiais paramilitares na noite de segunda-feira, quando tirava fotos no local do atentado.
Levado para um prédio governamental situado nas proximidades, disse que o jogaram no chão e um policial ficou pisando em sua cabeça.
"Não falo chinês, por isso não entendia nada do que me diziam ou o que estava acontecendo. Eles me obrigram a ficar sentado durante duas horas. Não podia fazer nem uma ligação. É inacreditável ser tratado dessa maneira", declarou o jornalista.
O fotógrafo, que também disse ter levado socos, contou ainda que a polícia lhe apresentou desculpas nesta terça-feira.
Seu companheiro Shinji Kastuta, cinegrafista da Nippon News Network, também foi detido, mas levado para outro lugar.
Por sua parte, a agência Nova China indicou que a polícia apenas "enfrentou" os jornalistas japoneses e que "o porta-voz local das Relações Exteriores lhes apresentou suas desculpas".
Vários policiais também invadiram o quarto de um fotógrafo da AFP e o forçaram a apagar as fotos que tirou no local do atentado.
Os jornalistas estrangeiros continuam sendo seguidos por policiais à paisana em Kashgar.
"Vamos fazer um protesto contundente", declarou em Tóquio um porta-voz do governo japonês.
O Tokyo Shimbun denunciou a violenta detenção de seus jornalista, "que realizava seu trabalho de maneira correta", segundo um comunicado.