postado em 05/08/2008 18:02
Funcionários do governo americano disseram à Associated Press que a resposta iraniana a um pacote de incentivos com o objetivo de solucionar o impasse em torno do programa nuclear da república islâmica é "inaceitável". Os funcionários ouvidos pela AP disseram que a carta de uma página enviada nesta terça-feira (05/08) pelo Irã ao chefe de política externa da União Européia (UE), Javier Solana, não é uma resposta definitiva. No texto, dizem as fontes, Teerã reivindica mais uma vez o direito de manter um programa nuclear com fins pacíficos.
Solana confirmou nesta terça que recebeu uma carta de Teerã e informou que vai discutir seu conteúdo na quarta com os representantes das seis potências mundiais envolvidas nas negociações sobre o programa nuclear do Irã. Mais cedo, uma fonte no Supremo Conselho Nacional de Segurança do Irã disse que a república islâmica havia enviado uma mensagem à UE, mas que não se tratava de uma resposta oficial de Teerã à mais recente oferta feita pelo grupo de países composto por Alemanha, China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Rússia para pôr fim ao persistente impasse em torno do programa nuclear iraniano. "A mensagem entregue hoje não é a resposta do Irã aos seis países", assegurou a fonte no Supremo Conselho de Segurança Nacional do Irã
Na segunda, a Grã-Bretanha advertiu que a ausência de uma resposta positiva por parte do Irã até esta terça deixaria o grupo de países "sem escolha" a não ser buscar novas sanções no âmbito do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Os Estados Unidos e alguns de seus aliados suspeitam que o Irã desenvolva em segredo um programa nuclear bélico. O Irã sustenta que seu programa nuclear é civil e tem finalidades estritamente pacíficas, como a geração de energia elétrica, estando de acordo com as normas do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do qual é signatário.
Em seus relatórios, os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) têm informado não haver sinais de um programa nuclear com fins militares. Já os serviços secretos dos EUA divulgaram relatório há alguns meses afirmando terem evidências de que um programa nuclear militar mantido pelo Irã teria sido encerrado em 2003. Ainda assim, EUA e Israel não descartam a possibilidade de bombardear o Irã caso o país não desista do enriquecimento de urânio, um processo essencial para a geração de combustível usado no funcionamento das usinas nucleares. Em grande escala, o urânio enriquecido pode ser usado para carregar ogivas atômicas. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.