postado em 07/08/2008 11:53
NUAKCHOTT - O general Mohamed Uld Abdel Aziz, líder do golpe de Estado que derrubou na quarta-feira o presidente mauritano Sidi Uld Sheikh Abdalahi, afirmou nesta quinta-feira (07/08) que vai "resolver todos os problemas do país", em sua primeira aparição pública. "Trabalharei para resolver todos os problemas que este país enfrenta", assegurou o genral ante uma multidão reunida para manifestar seu apoio ao golpe de Estado.
Por outro lado, centenas de pessoas que se manifestaram a favor do presidente derrubado foram dispersadas com granadas de gás lacrimogêneo nesta quinta-feira pela polícia em Nuakchott. ;Queríamos organizar uma manifestação pacífica", declarou o secretário-geral do partido presidencial, Mohamed Mahmud Uld Dahmane. "Uma mulher ficou ferida. Os militantes eram centenas, mas não puderam se reagrupar. Não é normal, protestamos contra essa política injusta. Eles autorizam uma manifestação a favor deles, e reprimem a outra", acrescentou.
Sidi Uld Cheij Abdalahi prosseguia detido num batalhão da guarda presidencial um dia depois de ser derrubado do poder. Antes, a Junta Militar que assumiu o poder na Mauritânia prometeu convocar eleições presidenciais "livres e transparentes no período mais breve possível", segundo um comunicado lido na Rádio Nacional. O Alto Conselho de Estado das Forças Armadas e da Segurança, integrado por 11 militares e dirigido pelo general Mohamed Ould Abdel Aziz "acabou com o poder do presidente da República, investido em 19 de abril de 2007", diz o texto.
"O Alto Conselho tomará as disposições necessárias para garantir a continuidade do Estado e supervisionar, com as instituições, as forças políticas e a sociedade civil, a convocação de eleições presidenciais que permitam relançar o processo democrático no país e refundá-lo sobre bases duradouras", destaca o comunicado. "Estas eleições, que serão organizadas no período mais breve possível, serão livres e transparentes, e permitirão no futuro um funcionamento contínuo e harmonioso do conjunto dos poderes constitucionais", promete a Junta Militar.
Aziz, que derrubou Abdallahi o primeiro presidente democraticamente eleito do país, era chefe do Estado-Maior particular do presidente e comandante da Guarda Presidencial e foi afastado de suas funções pouco antes do golpe.