postado em 09/08/2008 11:12
O começo dos Jogos Olímpicos de Pequim deflagrou protestos pró-Tibete em países como França, Reino Unido e Índia. Entenda as razões do embate entre a China e sua região autônoma.O Tibete, localizado no sudoeste do território chinês, é uma região culturalmente distinta do restante do país. As terras protegidas pela cordilheira do Himalaia nem sempre estiveram sob domínio da China. Isso ocorreu antes do século 13 e se repetiu entre 1911 e 1950, quando os tibetanos viveram como um povo independente. No entanto, com a Revolução Chinesa e a chegada de Mao Tsé-tung ao poder, o Tibete foi oficialmente reanexado.
Em 1963, a província ganhou status de região autônoma, e assim permanece até hoje. Para os ativistas pró-Tibete, no entanto, essa autonomia não é respeitada. Moradores denunciam que as autoridades chinesas não preservam as características culturais e religiosas locais. Também criticam a invasão de chineses da etnia han, majoritária no país, em busca de oportunidades de emprego. Ou seja, a população se sente excluída dos progressos econômicos e sociais, embora o Partido Comunista ressalte que, há até pouco tempo, o Tibete ainda era uma sociedade rural extremamente atrasada.
Líder dos budistas tibetanos, Tenzin Gyatso, o dalai lama, se tornou o maior representante da causa do Tibete. Exilado em Dharamsala, na Índia, ele percorre o mundo para defender a província chinesa, que corresponde a cerca de 12% do território nacional. O dalai lama prega o respeito à autonomia tibetana e a resistência pacífica. Mas outros movimentos de exilados são mais radicais e exigem separatismo. As negociações com Pequim são raras, pois o governo comunista se recusa a dialogar diretamente com o dalai lama.
No começo deste ano, protestos por conta da repressão a uma passeata que marcou os 49 anos de um levante tibetano contra o domínio chinês acabaram em violência. Centenas de monges tomaram as ruas, e pelo menos 10 pessoas morreram. O incidente chamou a atenção para o problema da autonomia no ano das Olimpíadas de Pequim.