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Entenda o conflito entre Rússia e Geórgia na Ossétia do Sul

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postado em 10/08/2008 08:06
A escalada das tensões entre a Geórgia e os separatistas da região de Ossétia do Sul evoluiu para violentos combates nos últimos dias e o envolvimento da Rússia, que enviou tanques para a região em apoio aos rebeldes. A administração separatista da Ossétia do Sul tenta obter reconhecimento desde que declarou a independência do governo central, após uma guerra civil na década de 1990. A Rússia tem uma força de paz na região, mas o governo de Moscou também apóia os separatistas. Ossétia do Sul É um governo próprio desde que lutou com a Geórgia pela independência em 1991 e 1992, logo após o colapso da União Soviética. Durante o conflito, a região declarou independência, mas ela não foi reconhecida por nenhum país. O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, prometeu colocar a Ossétia do Sul e outra região separatista, a Abcásia, sob ocontrole da Geórgia. A separação Os ossetianos são uma etnia originária das planícies russas ao sul do Rio Don. Eles têm identidade e cultura diferentes da dos georgianos e língua própria. No século 13, as invasões mongóis empurraram a etnia para as montanhas do Cáucaso, e os ossetianos se estabeleceram ao longo da fronteira da Geórgia com a Rússia. Os ossetianos do sul querem se juntar à Ossétia do Norte, república autônoma dentro da Federação Russa.Os georgianos são minoria na Ossétia do Sul, representando menos de um terço da população. A Geórgia rejeita o nome Ossétia do Sul, preferindo chamar a região pelo nome antigo, Samachablo, ou Tskhinvali, a principal cidade da região. A crise As tensões vinham aumentando desde a eleição do presidente Saakashvili em 2004. Ele ofereceu à Ossétia do Sul diálogo e autonomia, mas no contexto de um só Estado, o da Geórgia. Em 2006, os ossetianos do sul votaram em um referendo extra-oficial, na tentativa de pressionar pela independência completa. Segundo as autoridades da Ossétia, a maioria esmagadora da população apoiou o fim da união com Tblisi. Em abril de 2008, a Organização do Tratado do Atlântico (Norte) anunciou que a Geórgia poderia no futuro vir a ser um membro da aliança militar ; o que irritou a Rússia. Semanas depois, a Rússia reforçou laços com as regiões de Ossétia do Sul e Abcásia. Em julho, a Rússia admitiu que seus caças entraram no espaço aéreo da Geórgia, na região da Ossétia do Sul. Confrontos esporádicos se escalaram. A participação russa A Rússia insiste que tem agido como força de paz na Ossétia do Sul e nega as acusações de que vem fornecendo armas aos separatistas. No entanto, Moscou já prometeu defender os cerca de 70 mil cidadãos russos que vivem na Ossétia do Sul. A Rússia pode interpretar uma intervenção militar como uma opção menos arriscada do que reconhecer a independência da Ossétia do Sul, o que poderia levar a uma guerra com a Geórgia. A Geórgia tem um relacionamento próximo com os Estados Unidos e vem cultivando vínculos com a Europa Ocidental. Há quem diga que Saakashvili espere levar a Otan a um conflito com Moscou, de modo a formalizar a aliança. Mas analistas afirmar ser difícil imaginar que a Otan se deixe arrastar para um conflito com a Rússia por causa da Geórgia, depois de ter se esforçado para evitá-lo por tanto tempo. Fonte: BBC Forças desproporcionais Veja a distribuição do poderio militar entre Geórgia e Rússia, países envolvidos no conflito do Cáucaso GEÓRGIA Total de militares: 26.900 Principais tanques de batalha (T-72): 82 Carros blindados: 139 Aviões de combate (Su-25): 7 Peças de artilharia pesada (incluindo foguetes lançadores): 95 RÚSSIA Total de pessoal: 641.000 Principais tanques de batalha (vários): 6.717 Carros blindados: 6.388 Aviões de combate (vários): 1.206 Peças de artilharia pesada (várias): 7.550 Fonte: Jane's Sentinel Country Risk Assessments (http://sentinel.janes.com/public/sentinel/index.shtml)

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