postado em 10/08/2008 08:32
A Bolívia vai neste domingo (10/08) às urnas para decidir se o presidente Evo Morales, seu vice, Álvaro Garcia Linera, e oito dos nove governadores do país (seis deles da oposição) permanecem no cargo. Com 54% de apoio nas pesquisas - quando são necessários 46,3% para ratificá-lo no poder - , Evo espera que uma vitória no referendo revogatório dê respaldo para as mudanças que ele pretende fazer na Bolívia: avançar no programa de nacionalizações e na redistribuição de terras, ampliar o direito da maioria indígena e aumentar o controle do Estado sobre a economia.
A própria pergunta na cédula da consulta não esconde a intenção do líder boliviano de fazer da votação um plebiscito sobre seu governo. Em vez de responder "sim" ou "não" à permanência de Evo os eleitores se depararão hoje com a questão: Você está de acordo com a continuidade do processo de mudança liderado pelo presidente
Na prática, porém, analistas apontam que, qualquer que seja o resultado, o referendo estará longe de representar um ponto final na disputa entre o governo e a oposição regional, que nos últimos meses paralisou a Bolívia. "A consulta não será uma solução para nenhum dos lados, mas só irá aprofundar o confronto", disse Fernando Molina, diretor do semanário político e econômico Pulso, um dos mais respeitados do país. "Se as pesquisas se confirmarem, é verdade que Evo ganhará um voto de confiança da população, mas líderes opositores importantes, como o governador de Santa Cruz, Rubén Costas, que se opõe às mudanças do presidente, também obterão ótimas votações", diz ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo