postado em 11/08/2008 11:42
COCHABAMBA - O governador do departamento central de Cochabamba que perdeu seu cargo no referendo revogatório de domingo, na Bolívia, anunciou uma batalha legal para continuar no governo e denunciou uma fraude do oficialismo para violar uma instituição pública. O ex-militar Manfred Reyes Villa , que de antemão afirmou que não consideraria o resultado do referendo, afirmou que não reconhece os resultados de boca-de-urna que o situam enre os três governadores revogados por vontade popular, e anunciou que vai avaliar a situação com seus advogados para seguir as ações legais pertinentes.
"Legalmente, ainda sou o governador de Cochabamba. Vamos lutar esta batalha legal com toda força e energia", assinalou Reyes Villa, que foi rejeitado por 61% dos eleitores. No mesmo referendo, o presidente Evo Morales foi confirmado no cargo por entre 56% e 60% dos votos. "Digo a Evo Morales que não deve comemorar porque o país acaba de ser quebrado em cinco departamentos que falam não ao presidente", destacou Reyes Villa. "Você (Morales) viola a Constituição que nós juramos cumprir".
Segundo a lei revogatória, Morales deverá agora nomear um governador interino para Cochabamba, onde está o Chapare, conhecida zona de plantio de coca e base eleitoral do presidente. "Permaneço como governador de Cochabamba e seria um tremendo retrocesso" voltarmos a ter um líder nomeado, e não eleito. Segundo o governador, Morales venceu na região graças à intimidação dos camponeses. "Você (Morales) foi eleito para trabalhar pela Bolívia e não para dividir o país. Preocupa-me o país de amanhã, quando teremos regiões que não reconhecerão você". No referendo deste domingo, os quatro governadores que fazem oposição declarada a Morales tiveram seus cargos confirmados.