postado em 12/08/2008 08:21
SRINAGAR - Pelo menos sete muçulmanos morreram e vários ficaram feridos nesta terça-feira (12/08) quando as tropas indianas abriram fogo contra uma manifestação na Caxemira, em uma nova onda de protestos contra o controle da Índia sobre essa região, segundo o último registro oficial. As tropas indianas mataram na segunda-feira um conhecido político separatista e outros quatro manifestantes na região do Himalaia, disputada por Índia e Paquistão.
Três manifestantes foram mortos a tiros pelas forças de segurança indianas próximo à cidade de Bandipora, 65 km al norte de Srinagar, a capital de verão da Caxemira indiana, anunciou a Polícia. Outros dois manifestantes morreram em Lasjan, nas imediações de Srinagar, disse um médico no principal hospital de Srinagar, enquanto que a Polícia matou outro jovem muçulmano no centro da cidade.
A Polícia matou outro manifestante em Kishtwar, no sul do Estado de Jammu-e-Caxemira, onde o Exército foi chamado para aplicar um toque de recolher diurno, segundo a Polícia. Cerca de 80 pessoas ficaram feridas pelos disparos da Polícia e do Exército nesta terça-feira, indicaram fontes oficiais. Na segunda-feira, as forças de segurança mataram o xeque Abdul Aziz, um líder político moderado, durante uma manifestação realizada nas proximidades da Linha de Controle, que divide os setores indiano e paquistanês da Caxemira.
"Estabelecemos o toque de recolher para garantir um funeral pacífico do xeque Aziz", declarou aos jornalistas o chefe da Polícia da Caxemira indiana, Kuldeep Juda. Aziz, que tinha 52 anos, era um dos principais membros da Conferência Hurriyat de Todos os Partidos, uma aliança de grupos separatistas moderados da Caxemira que lidera a luta política contra o domínio da Índia. Os atuais distúrbios foram desencadeados por uma decisão do governo da Chaxemira em junho de doar uma parcela de terra da Caxemira a uma organização hindu. Essa decisão fez com que os muçulmanos promovessem uma semana de manifestações.
Embora a transferência de terras tenha sido anulada, provocou revoltas em Jammu, dominada por hindus, onde hindus linha dura começaram a bloquear o único acesso por estrada para o Vale da Caxemira, uma iniciativa que prejudicou consideravelmente os comerciantes muçulmanos. Os muçulmanos do sul do Estado de Jammu-e-Caxemira também foram atacados por grupos hindus.