postado em 12/08/2008 16:27
MOSCOU - O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o russo, Dmitri Medvedev, que ordenou o fim das operações contra a Geórgia, apresentaram nesta terça-feira (12/08) um plano para resolver o conflito russo-georgiano, enquanto Tbilisi pede, por sua vez, uma "ajuda militar" à Otan.
As partes russa e georgiana devem se comprometer a não "recorrer à força", a "cessar as hostilidades de maneira definitiva" e a garantir um "acesso livre à ajuda humanitária". Além disso, as forças georgianas devem retornar para "seu lugar habitual de acantonamento", enquanto o Exército russo deve se retirar "até as linhas anteriores à deflagração das hostilidades", declarou Sarkozy.
O sexto ponto do plano prevê "a abertura de discussões internacionais sobre o status futuro e as modalidades de segurança durável, na Abkházia e na Ossétia do Sul (os dois territórios separatistas pró-russos na Geórgia)", acrescentou o presidente francês, em uma entrevista coletiva junto com Medvedev, em Moscou.
Sarkozy, que deixou claro que a União Européia (UE), cuja presidência rotativa é exercida pela França, está "disponível" para participar de uma força de paz na Geórgia, também considerou que há "um compromisso russo de garantir" a soberania da Geórgia, um ponto que "não é objeto de qualquer ambigüidade".
Já o presidente russo declarou que "o caminho está livre para uma normalização, por etapas, da situação na Ossétia do Sul", considerando que, a partir de agora, "tudo depende de Tbilisi", para onde o chefe de Estado francês viajou, nesta terça, para continuar sua mediação.
Mas não há "nenhum cessar-fogo do lado georgiano", denunciou Medvedev, segundo o qual as forças georgianas continuaram a usar, sobretudo, a artilharia, depois de anunciar que haviam interrompido seus tiros.
Nicolas Sarkozy, que também é o atual presidente da União Européia, chegou à noite em Tbilisi, onde foi recebido, ainda no aeroporto, por seu colega georgiano, Mikhail Saakashvili, constatou um jornalista da AFP.
Acompanhado pelo ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, Sarkozy deve conversar com Saakashvili sobre o conflito russo-georgiano.