postado em 13/08/2008 04:00
O sonho de um país totalmente islâmico, onde um povo se entregue em total submissão à vontade de Alá. Esse era o ideal de jovens da seita sunita e de etnia patane, predominante no leste e no sul do Afeganistão. Na década de 1980, eles se uniram em escolas rurais e eram contra a ocupação soviética em seu país. Surgiram então a milícia fundamentalista Talibã. Em persa, Tálib significa ;"estudante". O objetivo era tomar o poder era estabelecer um regime de governo baseado na lei islâmica.
Finalmente, em 1996, sete anos depois de a então União Soviética se retirar do Afeganistão, as milícias talibãs conquistam a capital Cabul e começaram a estender seu domínio. Dois anos depois, os fundamentalistas controlavam quase 90% do país. Para derrotar os grupos rivais, eles tiveram o apoio do Paquistão e da Arábia Saudita. O Talibã impôs um severo regime islâmico à população. As mulheres foram retiradas das escolas e proibidas de andar sem a companhia de um homem. Música e televisão estavam proibidos e a imprensa foi censurada.
O Talibã também ofereceu abrigo para Osama Bin Laden e a rede terrorista Al-Qaeda. Depois dos ataques do 11 de setembro, os Estados Unidos exigiram que o grupo entregasse o líder terrorista, mas o pedido de George W. Bush foi negado. Em outubro de 2001, tropas americanas chegaram ao Afeganistão e apoiaram grupos rebeldes ao governo islâmico. O regime do Talibã entrou em colapso dois meses depois. O líder Mullah Omar e seus seguidores se refugiaram nas montanhas perto da fronteira com o Paquistão. Com a mudança de foco dos EUA para o Iraque, o grupo começou a se reerguer no sudeste do Afeganistão. A milícia é mantida pelo tráfico de ópio. O grupo continua ativo. Cerca de 10% dos militantes são estrangeiros. Apesar da saída do poder, os ataques terroristas continuam em todo o país.