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Evo quer ajuda internacional para dialogar com oposição

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postado em 13/08/2008 17:53
Os prefeitos (governadores) opositores de cinco departamentos (estados) da Bolívia não atenderam nesta quarta-feira (13/08) ao chamado para o diálogo feito pelo presidente boliviano Evo Morales, após o referendo que deu ao mandatário o direito de continuar no cargo. Com essa situação, Morales disse nesta quarta que pedirá ajuda a mediadores internacionais para facilitar um diálogo com a oposição e resolver a disputa que mantém a Bolívia em uma prolongada crise política. Em declaração à imprensa, Morales disse que continuará "apostando no diálogo" e anunciou que pediu ao chanceler da Bolívia, David Choquehuanca, que faça contato com organizações internacionais e países amigos para que possam facilitar as conversações. "Lamento que apenas dois prefeitos estejam presentes, nós queremos escutar as opiniões das autoridades que foram ratificadas nos cargos", disse o mandatário boliviano, após esperar por mais de uma hora, no palácio presidencial, a visita dos governadores da oposição. Apenas dois governadores, aliados ao seu governo, compareceram. Mesmo assim, Morales instruiu seus ministros a entrarem em contato pessoal com os governadores da oposição, para conduzir uma eventual negociação. Morales, em carta enviada na segunda-feira, convocou os governadores de Santa Cruz, Beni, Pando, Tarija e Chuquisaca a um encontro hoje, e até ofereceu um avião para transportá-los a La Paz, segundo o ministro da presidência, Juan Ramón Quintana. O governo de Santa Cruz declarou em comunicado, no entanto, que o convite "foi enviado por fax" quando os cinco governadores oposicionistas já haviam combinado se reunir hoje para analisar a situação e definir uma estratégia conjunta. "O fax foi interpretado como um convite pouco sério e mal intencionado", afirmou o governo de Santa Cruz no comunicado. Enquanto Morales aguardava a visita dos governadores da oposição eles estavam reunidos em Santa Cruz, a centenas de quilômetros de La Paz. Embora ainda não se conheçam os resultados finais, Morales aparece como o vencedor do plebiscito em que ele, seu vice-presidente Alvaro García e oito dos nove governadores submeteram seus mandatos à votação. Referendo O resultado parcial do referendo indicava hoje que Morales alcançou 67% dos votos na contagem. Ainda falta apurar 12% das urnas. Relatórios preliminares da Corte Nacional Eleitoral (CNE) indicam que Morales venceu em sete dos nove departamentos, menos em Santa Cruz e Beni, regiões onde a oposição é muito forte. Embora com menos apoio que no resto do país, seu mandato foi ratificado nos departamentos de Chuquisaca, Tarija e Pando, governados pela oposição. A votação confirmou que o presidente é muito forte na Bolívia ocidental, onde foi aprovado por mais de 70% dos eleitores nos departamentos de La Paz, Oruro, Potosí e Cochabamba. Se as projeções se confirmaram, a relação de forças mudará a favor do governo após o referendo. A oposição controlará cinco departamentos e o governo quatro. Até a semana passada, sete dos nove departamentos eram governados pela oposição.

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