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Líder do Hezbollah acusa Israel de planejar mortes de chefes xiitas

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postado em 14/08/2008 19:42
Beirute - O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, acusou Israel, nesta quinta-feira (14/08), de planejar os assassinatos de chefes de seu movimento, em um discurso feito por ocasião do segundo aniversário do fim da guerra de 2006 entre o Estado hebreu e essa formação xiita libanesa. "Sabemos que planejam assassinar líderes da resistência (...) mas não nos dão medo", disse ele no discurso transmitido pela TV de seu movimento, a rede Al-Manar. O líder da Hezbollah, que vive exilado em Damasco, também comparou "o fracasso" da Geórgia frente à Rússia com a "derrota" de Israel, após a ofensiva do Estado hebreu no Líbano, no verão (hemisfério norte) de 2006, depois que o movimento xiita capturou dois soldados israelenses na fronteira entre ambos os países. "Israel exportou um de seus generais (...) para a Geórgia, e o infeliz governo georgiano o encarregou de treinar as forças especiais georgianas", acrescentou. "A Geórgia, que levou em conta os especialistas e um arsenal israelense, conheceu o mesmo fracasso que os generais israelenses tiveram antes", ironizou. O líder xiita libanês advertiu que "o ocorrido na Geórgia é uma lição para todos os que aceitam que os Estados Unidos os coloquem em aventuras arriscadas para, depois, abandoná-los". Nasrallah se negou a comentar as declarações israelenses sobre um reforço do arsenal do movimento. "Que ninguém espere que anunciemos se temos, ou não, uma arma nova", afirmou. Na semana passada, várias autoridades militares israelenses declararam alarme diante a possibilidade de que o movimento xiita libanês se dote de mísseis terra-ar ultramodernos que ameacem os vôos dos aparelhos israelenses sobre o Líbano. Sobre a visita do presidente libanês, Michel Suleiman, à Síria, país que apóia o Hezbollah, Nasrallah considerou que "inaugura uma nova era" entre os governos de Beirute e Damasco. O líder xiita pediu calma no cenário político nacional e qualificou de "ato criminoso" o atentado de Trípoli (norte do Líbano), nesta quarta, que deixou 14 mortos, nove deles militares.

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