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Medvedev diz que só quer garantir a paz, mas Merkel defende a Geórgia

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postado em 15/08/2008 11:42
SOCHI - A chefe de Governo da Alemanha, Angela Merkel, defendeu nesta sexta-feira (15/08) a integridade territorial da Geórgia e seu direito de entrar na Otan, enquanto o presidente russo, Dimitri Medvedev, afirmou que a única garantia de paz no Cáucaso é a Rússia. "O ponto-chave de partida para uma solução política deve ser a integridade territorial da Geórgia", disse a chanceler alemã em entrevista à imprensa conjunta com Medvedev em Sochi, no sul da Rússia, após uma reunião centrada na crise militar no Cáucaso. "Existe um governo aleito na Geórgia, com o qual temos que falar e negociar", acrescentou, considerando "desproporcional" a reação russa à ofensiva militar georgiana na Ossétia do Sul. Além disso, o processo da Ucrânia e a Geórgia para entrar na Otan "continua vigente" independentemente do conflito russo georgiano, declarou a chanceler alemã. "Os compromissos obtidos em Bucareste (na cúpula da Otan em abril) continuam vigentes. Não tenho razão nenhuma para questioná-los", insistiu durante a entrevista à imprensa. "Havíamos discutido na ocasião sobre o fato de a Geórgia e a Ucrânia se tornarem membros da Otan. Dissemos que estes países se tornariam membros da Otan se assim desejassem, e isso continua sendo válido", acrescentou. O líder russo insistiu em apresentar seu país como a força real na região, a potência com a qual todos têm que falar e discutir se quiserem manter a paz no Cáucaso, que apresentou indiretamente com a zona de influência natural de seu país. "A Rússia, como garantia da segurança no Cáucaso e na região, tomará a decisão de apoiar sem ambigüidades a vontade desses dois povos do Cáucaso", disse Medvedev. "Infelizmente com o que tem ocorrido é pouco provável que os ossetas do sul e os abkházios podem viver num mesmo Estado com os georgianos", advertiu Medvedev. Os combates abertos entre tropas russas e georgianas na Ossétia do Sul e a Abkházia são o resultado de mais de três qüinqüênios de pulso diplomático e político, desde que no início dos anos 90 ambos territórios se proclamaram independentes e declararam abertamente suas inclinações pró-russas. A Geórgia tem que aceitar o plano de paz de seis pontos negociado pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, acrescentou Medvedev. "Estamos de acordo com o presidente Sarkozy, nos princípios de base para resolver o conflito... Estes princípios devem ser aceitos pelo lado georgiano", disse o chefe de Estado russo. Apesar da tensão diplomática com os EUA, a Rússia não deseja transformar o conflito em um enfrentamento com o Ocidente, afirmou Medvedev. "Precisamos minimizar as conseqüências deste conflito nas relações internacionais", disse.

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