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ONGs acusam a Rússia de utilizar bombas de fragmentação

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postado em 15/08/2008 18:49
GENEBRA - Duas organizações não governamentais de luta contra as minas antipessoais acusaram nesta sexta-feira (15/08), em Genebra, o exército russo de ter utilizado bombas de fragmentação durante o conflito na Geórgia.

Mais cedo, nesta mesma sexta-feira, a Rússia havia rejeitado acusações da ONG Human Rights Watch (HRW) segundo a qual ela teria utilizado esse tipo de explosivo em áreas habitadas da Geórgia, matando pelo menos 11 pessoas.

A organização Handicap International pediu à Rússia que forneça "todas as informações necessárias sobre as zonas atingidas para permitir uma investigação rápida e a retirada das munições que não explodiram".

"Tanto a Rússia quanto a Geórgia têm estoques de bombas de fragmentação", lembrou Handicap International, exortando os dois países a não utilizarem essas armas. "A utilização de bombas de fragmentação sempre provoca a morte de inocentes", advertiu Rae McGrath, porta-voz da organização.

"A Rússia mostrou seu total desprezo pela vida dos civis ao utilizar essa arma, que mata indiscriminadamente", declarou Sylvie Brigot, diretora da ONG Campanha Internacional pela Proibição das Minas Antipessoais (ICBL).

A HRW informou que chegou à conclusão sobre a utilização de bombas de fragmentação depois de ter interrogado várias vítimas, médicos e militares na Geórgia, e examinado fotos dos impactos deixados pelas bombas e vídeos gravados durante o ataque.

Segundo a HRW, essas bombas, de tipo RBK-250, foram largadas em 12 de agosto sobre a cidade de Ruisi, na região de Gori, perto da república separatista georgiana da Ossétia do Sul, matando três pessoas.

Civis mortos - No mesmo dia, segundo a ONG, a cidade de Gori também foi atingida por bombas de fragmentação e pelo menos oito civis morreram, entre eles o jornalista holandês Stan Storimans. Dezenas de pessoas foram feridas, entre elas outro jornalista, o israelense Zadok Yehezkeli, segundo a HRW. O relatório da HRW é "uma mentira bem preparada", declarou o chefe adjunto do Estado-Maior russo, Anatoli Nogovitsyn.

Cento e sete países aceitaram o princípio de um tratado proibindo as bombas de fragmentação, que deve ser assinado no dia 3 de dezembro em Oslo. Nem a Rússia, nem a Geórgia, se associaram a essa iniciativa.

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