postado em 17/08/2008 18:29
La Paz - O presidente Evo Morales atingiu o índice de respaldo eleitoral mais alto da história do país ao obter o apoio de 67% dos eleitores no referendo revogatório realizado na semana passada, segundo a apuração oficial, que já contabiliza 99,9% dos votos.
A contagem oficial da justiça eleitoral boliviana está prestes a ser declarada encerrada, ratificando em seus cargos Morales e seu vice-presidente Álvaro García, além de seis dos oito governadores que submeteram seus mandatos para aprovação do eleitorado.
Os governadores de La Paz e Cochabamba, de oposição, tiveram mandato revogado. Os governadores de Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija, que buscam a autonomia de suas regiões em aberta rebeldia contra o governo central, também foram confirmados e com altos índices de aprovação.
Rubén Costas, de Santa Cruz, conquistou 66% dos votos, enquanto Leopoldo Fernández, de Pando, alcançou 56%. Também foram confirmados no cargo os governadores de Oruro, Alberto Aguilar e de Potosí, Mario Virreira - este último com a votação mais alta, de 79%.
La Paz e Cochabamba vão nomear governantes interinos até a convocação de eleições regionais - que ainda não tem data marcada. Com esses resultados, Morales sai fortalecido do referendo e agora vê sua influência ampliar-se de dois para quatro Estados, enquanto a oposição caiu de sete para cinco.
A governadora de Chuquisaca, Savina Cuéllar, que é de oposição, não passou pela consulta popular por ter sido eleita em junho.O referendo foi planejado pelo presidente para por um fim em um prolongado confronto com seus opositores.
No sábado (16/08), o presidente da Justiça Eleitoral do estado Santa Cruz, Mario Parada, anunciou que renunciará ao cargo por considerar que "o padrão eleitoral está sujo". Parada tomou a decisão depois que Costas baixou uma lei estadual que prevê a criação de um organismo eleitoral próprio.
No mesmo sábado, líderes de oposição a Morales em cinco regiões da Bolívia convocaram para segunda-feira (18/08) uma greve geral contra o governo central. A oposição ao presidente insiste na devolução do Imposto Direto sobre Hidrocarbonetos (IDH) aos Estados. Atualmente, o governo central boliviano utiliza os recursos arrecadados com a taxa para pagar uma aposentadoria universal a todos os idosos.