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Otan desmente vítimas francesas no Afeganistão por "fogo amigo"

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postado em 21/08/2008 10:40
BRUXELAS - A Otan classificou nesta quinta-feira (21/08) de completamente infundada a informação do jornal francês Le Monde de que alguns soldados franceses foram vítimas de "fogo amigo" durante uma emboscada que, na segunda-feira, cobrou a vida de dez militares dessa nacionalidade. "No que diz respeito à Otan e à Isaf (Força Internacional de Assistência à Segurança), as informações publiadas pelo Le Monde são totalmente infudadas", declarou à AFP uma porta-voz da Otan, Carmen Romero. Segundo o jornal em reportagem publicada na véspera, alguns dos soldados franceses que caíram segunda-feira numa emboscada armada por talibãs no Afeganistão foram "atingidos" por ataques aéreos da Otan destinados a salvá-los da cilada. Soldados franceses que foram feridos no ataque, entrevistados quarta-feira em Cabul pelo jornal, disseram que a quantidade de vítimas pode ser explicada pela reação tardia do comando e por sérios problemas de coordenação. As fontes questionam a versão do exército francês segundo a qual quase todos os dez soldados mortos foram vítimas dos primeiros disparos inimigos. Segundo o "Le Monde", eles morreram durante enfrentamentos que duraram várias horas. Em reação a estas acusações, o chefe de Estado-maior do exército francês, o general Elrick Iastorza, afirmou que "houve um momento para a compaixão e um momento para analisar o ocorrido". Segundo estas testemunhas, os ataques aéreos da Otan erraram seu alvo e acertaram os soldados franceses, também atingidos por disparos de soldados afegãos, escreveu o jornal. A unidade de reconhecimento encarregada de se aproximar a pé da montanha permaneceu sob fogo inimigo durante quase quatro horas sem reforços, disse um ferido, "Não tínhamos mais munições para nos defender", acrescentou. Os corpos dos dez soldados franceses mortos serão repatriados nesta quarta-feira. Quinta-feira eles receberão honras nacionais. O ataque do Afeganistão foi o pior já sofrido pelo exército francês desde que perdeu 58 pára-quedistas em um atentado em Beirute em 1983.

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