postado em 22/08/2008 10:50
BAGDÁ - As negociações sobre um pacto de segurança entre americanos e iraquianos terminaram e o projeto de acordo, que prevê principalmente uma retirada das forças americana até 2011 segundo um negociador iraquiano, deve ainda ser submetido aos dirigentes iraquianos. "O trabalho dos negociadores terminou. Agora, ele está nas mãos dos dirigentes políticos iraquianos", declarou Mohammed al-Haj Hammud, o chefe dos negociadores iraquianos sobre o futuro status das tropas americanas no Iraque.
"No fim 2011, as tropas americanas deixarão o Iraque", destacou, indicando ainda que existe uma cláusula segundo a qual a retirada pode acontecer antes de 2011 ou a presença pode ser prolongada para depois de 2011 em função da situação. As negociações sobre o status futuro das tropas americanas no Iraque (Sofa, Status of Forces Agreement) começaram em fevereiro e deveriam ter terminado no fim de julho, mas a complexidade das questões e as divergências, principalmente sobre um calendário de retirada das tropas americanas, atrasaram a redação do acordo.
Depois de 2011, ou seja mais de oito anos após a invasão do Iraque pelas forças da coalizão, um certo número de tropas continuará no Iraque para apoiar ou treinar as forças iraquianas", destacou Hammud. "O número de bases militares americanas dependerá dos efetivos e de suas necessidades", disse. Quinta-feira, um responsável militar americano explicou que os EUA poderiam, segundo o projeto de acordo, começar a retirada de suas tropas das cidades iraquianas em junho de 2009, "se as condições lhes permitirem".
"As tropas de combate vão se retirar das cidades iraquianas em junho de 2009", indicou por sua vez Hammud nesta sexta-feira. Os iraquianos consideram uma vitória o fato de ter obtido um calendário de retirada rejeitado durante muito tempo pelos EUA. Outro ponto sensível sobre o qual os iraquianos insistiram: o fim da imunidade para os empregados das companhias privadas de segurança que trabalham para as forças da coalizão.
"Nas negociações sobre o Sofa, o governo iraquiano não aceitou nenhuma imunidade para as companhias de segurança privadas", afirmou esta semana o porta-voz do governo iraquiano Ali al-Dabbagh. Em se tratando da imunidade dos soldados americanos, Hammud respondeu que estava previsto "vários comitês para examinar os problemas sobre a violação da lei iraquiana por tropas americanas".
Segundo Hammud, o presidente americano George W. Bush aprovou o documento. Mas o governo do primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, ainda vai ter que convencer os partidos políticos a aprovar o pacto. O texto deve ser discutido primeiro pelo Conselho executivo, uma instância que reúne o Conselho presidencial (o presidente curdo Jalal Talabani e os dois vice-presidentes xiita e sunita), o primeiro-ministro Maliki e o presidente da região autônoma curda Massud Barzani. O projeto de lei deverá ser em seguida votado pelo Parlamento e depois aprovado pelo Conselho presidencial. Os EUA têm atualmente 142 mil soldados no Iraque.