postado em 26/08/2008 12:56
TBILISI - A Ossétia do Sul é uma região separatista da Geórgia de 3.900 km2 e 70 mil habitantes que abertamente quer ser russa e que, assim como a Abkázia, se proclamou independente com o fim da União Soviética no início dos anos 90 e defendeu sua soberania com as armas.
O conflito neste encrave do Cáucaso começou no fim de 1990, quando a Ossétia se autoproclamou "república soviética", mas o parlamento da Geórgia, que estava se separando da URSS, decretou a dissolução da região autônoma.
Em 7 de janeiro de 1991, o presidente soviético Mikhail Gorbachov anulou por sua vez as medidas decididas pelos georgianos e reforçou os contingentes militares na Ossétia onde ocorreram enfrentamentos entre partidários do poder central georgiano e independentistas.
Os separatistas ossetas ganham uma batalha e, em 19 de janeiro de 1992, um referendo organizado nesse território dá o "sim" para a independência e a unificação com a Ossétia do Norte, que faz parte da Federação Russa.
Georgianos e ossetas assinam um acordo de cessar-fogo em junho de 1992, após o qual uma força de interposição tripartite, integrada por soldados ossetas, georgianos e russos, se movimenta ao longo da fronteira entre a Geórgia e a Ossétia do Sul para assegurar a manutenção do statu quo.
Mas os incidentes entre georgianos e ossetas continuam. Em agosto de 2004, os enfrentamentos deixam vários mortos em ambos os grupos.
O presidente da Ossétia do Sul, Eduard Kokoiti, reiterou em 2005 a vigência do projeto de fazer parte da Rússia, unificando-se com a Ossétia do Norte: "A Ossétia do Sul é independente da Geórgia, e aspiramos fazer parte da Federação da Rússia", declarou.
O presidente negou deste modo o plano do presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, que previa conceder uma "autonomia ampliada" aos ossetas do sul.