postado em 26/08/2008 16:41
Londres - O presidente russo, Dimitri Medvedev, justificou a decisão russa de reconhecer a independência das regiões separatistas georgianas da Abkházia e da Ossétia do Sul alegando que o Ocidente fez a mesma coisa no caso do Kosovo, em declarações feitas nesta terça-feira à rede britânica BBC.
Em entrevista exclusiva concedida à BBC, Medvedev insistiu que o objetivo do reconhecimento russo é "proteger os cidadãos russos" que vivem na Ossétia do Sul e na Abkházia.
A Rússia reconheceu formalmente nesta terça-feira (26/08) as duas regiões como Estados independentes, em plena crise diplomática com o Ocidente causada pela entrada das forças russas na Geórgia no dia 8 de agosto de 2008, frustrando a tentativa georgiana de retomar o controle da Ossétia do Sul.
"O mais importante é defender os direitos das pessoas que vivem na Ossétia do Sul e na Abkházia", afirmou o chefe de Estado russo.
"Fizemos isso (reconhecer a independência das regiões separatistas) da mesma forma como outros países reconheceram o Kosovo", argumentou Medvedev.
A Rússia, no entanto, se opôs com veemência à declaração unilateral de independência da ex-província sérvia, em fevereiro deste ano.
Alguns analistas apontam que, ao entrar no conflito armado com Tbilisi por uma região separatista georgiana, Moscou deu uma demonstração de força para o Ocidente, ao mesmo tempo em que se vingou da 'bofetada' do Kosovo, reconhecido por 45 países, entre os quais os Estados Unidos e a União Européia.
A Rússia se sente humilhada pelo reconhecimento diplomático do Kosovo e a ampliação da Otan perto de suas fronteiras, e agora quer voltar a se impor na região, sua tradicional zona de influência, segundo analistas.