Mundo

Rússia busca apoio chinês frente à pressão ocidental por conflito na Geórgia

;

postado em 27/08/2008 09:22
MOSCOU - O presidente russo Dmitri Medvedev se reúne nesta quarta-feira (27/08) com seu colega chinês Hu Jintao em busca de apoio no combate diplomático travado com os países ocidentais pelo conflito na Geórgia. Os países ocidentais condenaram energicamente a decisão russa de reconhecer a independência da Abkházia e da Ossétia do Sul, dois territórios separatistas da Geórgia, e exigem a retirada total das tropas russas do país do Cáucaso. Medvedev e Hu se reunirão em Dushanbeh, capital do Tadjiquistão, antes de uma reunião de cúpula regional na qual o tema georgiano poderá ser abordado, segundo informaram pessoas vinculadas a sua preparação. Medvedev enfatizou, em entrevista ao jornal Financial Times desta quarta-feira, que a decisão de Moscou de reconhecer a independência da Ossétia do Sul e da Abkházia está "fundamentada no direito internacional". O reconhecimento da independência foi feito "levando-se em conta os desejos expressados livremente pelos povos de Ossétia e Abkházia, e com base nos princípios da carta das Nações Unidas e de outros documentos do direito internacional", destacou Medvedev no jornal britânico. "Esta decisão não foi algo impensado ou sem a plena avaliação de suas conseqüências", destacou o líder russo, que qualificou as duas regiões de "barris de pólvora que as forças de paz russas protegeram do incêndio". A decisão de Moscou de reconhecer a independência de Abkházia e Ossétia do Sul provocou uma forte reação dos países ocidentais e da Geórgia. Citando o exemplo da independência de Kosovo, Medvedev disse que "nas relações internacionais não se podem aplicar dois pesos e duas medidas". Segundo a agência italiana Ansa, o presidente russo enviou uma carta explicando a decisão de reconhecer as independências de Abkházia e Ossétia do Sul a vários estadistas ocidentais, entre eles George W. Bush, Nicolas Sarkozy, Angela Merkel e Silvio Berlusconi.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação