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Líder russo busca apoio de asiáticos

Presidente Dmitri Medvedev vai ao Tajiquistão para pedir reconhecimento da autonomia de Ossétia do Sul e Abcásia. Esquadras mostram força no Mar Negro

postado em 28/08/2008 08:49
O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, vai buscar apoio dos parceiros da Organização de Cooperação de Xangai ao reconhecimento da independência das repúblicas da Ossétia do Sul e da Abcásia, que se separaram da Geórgia ; aliada de Washington. Ele participa nesta quinta (28/08) de uma reunião do bloco em Dushambe, capital do Tadjiquistão. Participam do grupo a China, o Quirguistão, o Cazaquistão e o Uzbesquistão. No encontro, Medvedev terá de ultrapassar um grande obstáculo: a resistência de Pequim, preocupada em não criar qualquer precedente que inviabilize seu domínio sobre o Tibete. Enquanto isso, o Mar Negro experimenta um retorno da política das canhoneiras. Navios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) assumiram posições estratégicas em apoio ao governo georgiano, derrotado por Moscou depois de uma desastrada tentativa de submeter as repúblicas rebeldes pela força. A aliança transferiu 11 destróieres e fragatas, a maioria ancorada junto ao litoral da Bulgária e da Romênia. A Marinha russa respondeu à altura. Deslocou sua maior unidade no Mar Negro, o cruzador Moskva ; apoiado por uma pequena força-tarefa ;, para o porto de Sukhumi, capital da Abcásia. Segundo o vice-almirante Serguei Menyailo, a força-tarefa está na região para ;apoiar a paz e a estabilidade; da nova nação. ;Nossas tarefas incluem o controle das águas territoriais, a prevenção de embarques de armas e a distribuição de ajuda;, acrescentou. A chegada da frota coincidiu com o início das operações de descarga do destróier USS McFaul, um dos mais modernos da esquadra norte-americana, e do patrulheiro oceânico USCG Dallas, da Guarda Costeira dos Estados Unidos, no porto georgiano de Batumi. Poti, o maior terminal do país, está sob controle dos fuzileiros navais russos. A Casa Branca sustenta que o carregamento é de natureza humanitária. ;À luz do incremento das forças navais da Otan no Mar Negro, a frota assumiu também a tarefa de monitorar as atividades das embarcações da aliança atlântica;, declarou o general Anatoly Nogovitsyn, subcomandante do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia. Segundo o bloco ocidental, os navios participam de manobras militares programadas antes da eclosão da guerra da Geórgia, no início de agosto. O conflito levou Moscou a suspender os contatos com a Otan por causa do apoio da aliança ao presidente georgiano, Mikhail Saakashvili. Armamentos O USS McFaul carrega 50 mísseis Tomahawk, que podem ser armados com ogivas nucleares. As outras unidades da Otan levam 64 mísseis antinavio Harpoon e oito helicópteros. Aportaram na Romênia e na Bulgária as fragatas Luebeck (Alemanha), Almirante Juan de Borbón (Espanha) e General K. Pulaski (Polônia). ;A ausência de controle sobre a carga transportada pelos navios da Otan para a Geórgia é motivo de preocupação;, disse uma fonte da esquadra russa, sob condição de anonimato. ;Sem supervisão, eles podem reforçar as forças armadas georgianas com mísseis antiaéreos portáteis e aviões não-tripulados;, complementou. O presidente ucraniano, Viktor Yushchenko, reiterou seu apoio à Otan. Antes de se encontrar com o ministro britânico do Exterior, David Miliband, ele declarou que o Reino Unido foi refém do Kremlin no conflito do Cáucaso. Em seguida, afirmou que vai considerar uma elevação do valor pago pela Rússia para a utilização do porto de Sebastopol, na Criméia, onde Moscou mantém a frota do Mar Negro.

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