Mundo

Distúrbios com manifestantes oposicionistas agravam crise na Tailândia

;

postado em 29/08/2008 09:27
BANGCOC - A crise política sem precedentes atravessada pela Tailândia há quatro dias aumentou nesta sexta-feira (29/08), com choques entre a polícia e os manifestantes que ocupam a sede do governo para forçar a renúncia do primeiro-ministro Samak Sundaravej. Os distúrbios ocorreram na noite de quinta para sexta-feira, quando os manifestantes tentaram evitar a entrada de centenas de policiais na "Casa de Governo", onde fica o gabinete do primeiro-ministro Sundaravej, de quem exigem a renúncia apenas sete meses depois de sua chegada ao poder. Os policiais, entretanto, forçaram novamente a passagem até a entrada principal do edifício. Samak, de 73 anos e que não está dentro do edifício do governo, reiterou nesta sexta-feira que não autorizará o recurso à força contra os manifestantes. No entanto, os agentes tentaram impedir com violência a entrada de outros opositores no local e seis pessoas ficaram levemente feridas, segundo várias testemunhas. Na manhã desta sexta-feira, grupos de opositores bloquearam as entradas de vários aeroportos regionais em sinal de solidariedade com os quase 13 mil manifestantes que continuavam ocupando a "Casa de Governo", mantida sob a vigilância de 8 mil policiais, segundo o coronel Noraboon Nanna. Os sindicatos dos ferroviários aderiram na quinta-feira ao movimento de protesto e, nesta sexta-feira, o sindicato da Thai Airways lançou uma convocação de greve aos 15 mil funcionários da companhia. A crise desencadeada na terça-feira pela invasão popular à sede do governo e a uma rede pública de televisão é um grande desafio para Samak. Os manifestantes pertencem à Aliança do Povo para a Democracia (PAD), uma coalizão de nacionalistas, monárquicos e militantes de movimentos sociais. A PAD organizou vários protestos contra o governo desde maio e acusa o primeiro-ministro de ser o "testa-de-ferro" de Thaksin Shinawatra, o magnata e ex-primeiro-ministro derrubado por um golpe de Estado em 2006 e atualmente refugiado na Grã-Bretanha. O partido de Samak, dominado pelos homens de Thaksin, venceu em dezembro as primeiras eleições depois do golpe militar. Além da renúncia do primeiro-ministro, os manifestantes exigem a manutenção da Constituição elaborada sob o governo da junta militar.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação