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Corte Eleitoral boliviana rejeita referendos convocados por Morales

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postado em 02/09/2008 08:00
LA PAZ - A Corte Nacional Eleitoral da Bolívia rejeitou nesta terça-feira (02/09), por questões legais, os referendos convocados pelo presidente Evo Morales por decreto para o dia 7 de dezembro, incluindo o sobre a nova Constituição, informou uma fonte oficial. José Luis Exeni, presidente da Corte Nacional Eleitoral, destacou que a realização dos referendos "exige uma convocação por parte do Congresso Nacional em forma de lei da República, e não como se fez, por decreto do Executivo". "Enquanto persistirem estes impedimentos de ordem legal, não vamos poder administrar estes processos" eleitorais, disse Exeni. A Corte Nacional Eleitoral se reuniu hoje para analisar os decretos firmados na semana passada por Morales sobre referendos envolvendo a nova Carta Magna, a eleição dos governadores de Cochabamba e La Paz, e a definição da extensão das terras privadas agrícolas. O governo de Morales, que conta com o referendo para fortalecer sua posição política, ainda não comentou a decisão. Os referendos já eram rejeitados pelos governadores de Santa Cruz, Beni, Pando, Tarija e Chuquisaca, que decidiram impedir a votação em seus departamentos, que geram 70% do PIB boliviano. A nova Constituição boliviana foi aprovada em dezembro de 2007, sem a presença da oposição e após distúrbios na cidade de Sucre que deixaram três civis mortos e centenas de feridos. A Bolívia está mergulhada em uma grave crise política desde meados do ano passado, agravada pelo referendo de 10 de agosto, que confirmou os mandatos de Morales e dos governadores da oposição.

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