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No Azerbaijão, Cheney corteja aliados de Washington na ex-União Soviética

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postado em 03/09/2008 14:41
BACU - O vice-presidente americano Dick Cheney expressou nesta quarta-feira (03/09) no Azerbaijão o "interesse profundo e constante" dos Estados Unidos pela segurança em toda a região do Cáucaso, "à sombra da recente invasão russa na Geórgia". "O presidente George W. Bush me enviou aqui com uma mensagem clara e simples para os povos do Azerbaijão e de toda a região: os Estados Unidos têm um interesse profundo e constante em seu bem-estar e sua segurança", declarou Cheney à imprensa depois de uma reunião com o presidente azeri, Ilham Aliev. O vice-presidente americano comentou que sua presença na região acontece "na sombra da recente invasão russa na Geórgia, um ato claramente condenado pela comunidade internacional". O número dois dos Estados Unidos também defendeu o aumento do número de corredores energéticos na região. "A segurança energética é essencial para todos nós, e esse assunto está se tornando cada vez mais urgente", avisou. "Temos que trabalhar com o Azerbaijão e com os demais países do Cáucaso e da Ásia Central para criar corredores de exportação de energia suplementares", prosseguiu. Em Washington, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, deve confirmar a liberação de uma verba de um bilhão de dólares para a Geórgia. Washington já enviou a Tbilisi cerca de 30 milhões de dólares em ajuda humanitária depois do conflito com a Rússia. Bacu é a primeira etapa da viagem de Cheney, que tem como objetivo tranqüilizar os aliados de Washington na região e expressar o apoio dos Estados Unidos à Geórgia na crise que opõe esta ex-república soviética à Rússia. O vice-presidente americano chega na quinta-feira a Tbilisi, de onde seguirá para Kiev, e depois para a Itália. Os Estados Unidos estão reavaliando suas relações com a Rússia, e a Casa Branca não descartou eventuais sanções. Em Moscou, o porta-voz da chancelaria russa, Andrei Nesterenko, exprressou nesta quarta-feira a esperança de que a visita de Cheney a Tbilisi ajude os dirigentes dos Estados Unidos a "reavaliar a situação", e a "encontrar medidas para corrigi-la". Na véspera, o presidente da Rússia, Dimitri Medvedev, qualificou seu colega georgiano, Mikhail Saakashvili, de "cadáver político" e disse que já não o considera mais o presidente da Geórgia. Ele também pediu a Washington que reveja suas relações com o governo georgiano. Tbilisi criticou estas declarações e acusou Moscou de querer "minar o legítimo governo georgiano". Nesta quarta-feira, o Parlamento georgiano levantou o estado de guerra instaurado em 9 de agosto, mas proclamou o estado de emergência nas regiões do país onde forças russas ditas de manutenção da paz seguem posicionadas. Os ocidentais já exigiram que a Rússia retire estas forças. Em 26 de agosto, a Rússia reconheceu a independência dos territórios separatistas georgianos da Ossétia do Sul e da Abkházia, suscitando as críticas da comunidade internacional.

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