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Cientistas conseguem 'fotografía genética' do câncer de pâncreas e cérebro

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WASHINGTON - A decodificação dos genes conhecidos que produzem as proteínas ligadas ao câncer de pâncreas e o glioblastoma, o tumor mais freqüente do cérebro, revela uma complexidade maior do que a suposta, segundo revelou nesta sexta-feira uma equipe internacional de cientistas na revista Science. Esta fotografia genética, a mais detalhada já feita até o momento dos tumores cancerosos, revela um grande número de genes alterados, danificados ou ausentes, explicam os cientistas. Algumas dessas variações genéticas eram até agora desconhecidas e podem dar novas pistas para melhorar o diagnóstico e as terapias contra ambos tipos de câncer, que são particularmente devastadores. Bert Vogelstein, do Centro Médico Howard Hughes (HHMI) e investigadores da Universidade Johns Hopkins, ambos em Maryland (leste dos Estados Unidos), decodificaram uma seqüência de 20.661 genes nas células cancerosas de 24 pacientes que sofrem de câncer de pâncreas e 22 que padecem de um glioblastoma. Os cientistas identificaram centenas de mutações genéticas ligadas a estas enfermidades e também descobriram que na maioria dos casos as células cancerosas possuíam duas ou várias cópias adicionais de um gene. Os pesquisadores puderam avaliar então de forma completa as mudanças que ocorrem a nível de atividade dos genes.