postado em 07/09/2008 13:10
Jerusalém - O governo de Israel adiou neste domingo (07/09) o debate em torno de um projeto de lei que autorizaria o pagamento de indenização aos colonos judeus que se retirarem voluntariamente de suas casas na Cisjordânia mesmo antes do eventual fechamento de um acordo de paz com os palestinos, mas assegurou que a pauta será retomada na próxima semana.
O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, disse aos integrantes de seu gabinete, na abertura de uma reunião semanal realizada hoje, que um acordo de paz exigiria a retirada dos colonos que atualmente habitam áreas ocupadas da Cisjordânia. Mais cedo, ele observou que "o país precisa começar a pensar nesse assunto".
Segundo Olmert, Israel não se preparou adequadamente quando promoveu a retirada dos colonos judeus da Faixa de Gaza, em setembro de 2005, o que exigiu em alguns casos o uso da força por parte do Exército.
Ele destacou a importância de se aprender com erros do passado e defendeu que o governo israelense planeje com antecedência o desmantelamento das colônias que mantém na Cisjordânia.
A inclusão do tema na pauta da reunião semanal de gabinete tem caráter simbólico, uma vez que é considerada a maior manifestação até o momento de que o alto escalão do governo israelense aceita o desmantelamento de colônias na Cisjordânia como uma realidade.
Mark Reguev, porta-voz do governo israelense, disse que outros temas ganharam precedência no encontro de hoje e informou que o debate será retomado no próximo domingo.
De qualquer forma, o projeto de lei ainda está longe de ser votado. Além disso, Olmert já não estará mais no governo quando uma votação ocorrer, já que renunciou ao cargo de primeiro-ministro em meio a um escândalo de corrupção e deverá deixar o posto nos próximos dias.
Integrantes do governo Olmert argumentam que o assunto deveria ser discutido somente depois que ficarem definidas as novas fronteiras.
Um grupo de defesa dos colonos criticou a abertura do debate. Os colonos, religiosos ultraortodoxos em sua maioria, acreditam que os territórios reivindicados pelos palestinos para o estabelecimento de um futuro Estado independente foi outorgado aos judeus por decreto divino, motivo pelo qual defendem o governo de Israel não deveria cedê-los.