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Bush anuncia retirada mínima do Iraque e envio de reforços ao Afeganistão

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postado em 09/09/2008 12:52
WASHINGTON - O presidente George W. Bush anunciou nesta terça-feira (09/09) uma redução mínima de 8 mil homens dos efetivos americanos no Iraque nos próximos meses e o envio de aproximadamente 4.500 homens ao Afeganistão até janeiro, quando deixará a Casa Branca. A decisão, já esperada, de Bush a priori lega a quem o suceder em 20 de janeiro de 2009, seja o republicano John McCain ou o democrata Barack Obama, uma presença militar americana no Iraque mais forte do que há dois anos, apesar da impopularidade desta guerra. Os avanços obtidos no Iraque, "inimagináveis" para alguns há alguns anos, segundo Bush, vão permitir a retirada de 3.500 soldados das unidades de apoio nos próximos meses, um batalhão de marines até novembro e uma brigada do Exército de terra em fevereiro, disse, em discurso ao National Defense University, uma importante instituição de inteligência militar. "Isso corresponde a aproximadamente 8.000 soldados extras que vão voltar sem serem substituídos. E se os avanços no Iraque continuarem, o general Petraeus (comandante da força multinacional) e nossos dirigentes militares acreditam que poderemos realizar novas retiradas no primeiro semestre de 2009", acrescentou. Em contrapartida, os EUA vão enviar reforços ao Afeganistão. "Em novembro, um batalhão de marines que deveria ser enviado ao Iraque será enviado ao Afeganistão. Em janeiro, o Afeganistão receberá uma brigada de combate do Exército de terra", disse. Isto corresponde a 4.500 homens. Aproximadamente 145 mil soldados americanos, representando 15 brigadas, estão no Iraque, cinco anos e meio após o início da guerra. Há aproximadamente 31 mil soldados americanos no Afeganistão e a mesma quantidade de outros países, segundo Bush. Bush seguiu assim as recomendações de seus conselheiros civis e militares, do general David Petraeus ao secretário da Defesa, Robert Gates. Segundo as pesquisas, dois entre três americanos são contra a guerra, e quase a mesma proporção é favorável ao calendário de retirada. O Iraque é uma das questões que mais divide McCain e Obama. McCain defendeu a guerra. Já Obama se gaba de ter sido um dos poucos a rechaçá-la desde o início. As recomendações dos conselheiros de Bush refletem a prudências diante de inúmeras incertezas: realização de eleições provinciais nos próximos meses, comportamento dos ex-insurgentes aliado ao combate contra a Al-Qaed, até a substituição do general Petraeus em 16 de setembro. Segundo a imprensa, o general Petraeus previa deixar no país até junho de 2009 as 15 brigadas atualmente mobilizadas. Em compensação, há imensos desafios no Afeganistão, reconheceu o general. A escolha de Bush, no entando, deixa em suspenso a questão do comprometimento americano a longo prazo no Iraque, que é tema de negociações entre Washington e Bagdá. A administração Bush ainda está esperando um acordo que estava previsto para julho. Os responsáveis iraquianos, cada vez mais sedentos de soberania, afirmaram que existe um acordo assinado para a retirada das tropas estrangeiras em território iraquiano até 2011.

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