postado em 10/09/2008 21:10
Quito - O Equador enviou o Exército, nesta quarta-feira (10), para uma hidrelétrica construída pela brasileira Odebrecht, após o ultimato dado pelo governo para que repare "imediatamente" os danos que levaram à paralisação da unidade, ou deixe o país, informou o canal Ecuavisa.
Pelo menos 70 soldados tomaram as instalações da central San Francisco, no centro andino equatoriano, completou a TV, divulgando imagens da militarização.
O presidente da estatal Fondo de Solidaridad, Jorge Glass, disse ontem que a construtora se comprometeria, nesse mesmo dia, a reparar os danos da central, com capacidade de 350 megawatts e que parou de funcionar há um mês.
"Se a Odebrecht não acolher, imediatamente, todas e cada uma das exigências, que não são dádivas para o Estado equatoriano, que se prepare para deixar o país; que se prepare, porque todos os contratos que tem com o Estado serão encerrados", declarou Glass.
Já a Teleamazonas divulgou que a Odebrecht apresentará uma resposta "altamente positiva" ao governo equatoriano, na expectativa de que seja satisfatória.
O secretário Anticorrupção, Alfredo Vera, disse que a companhia brasileira "tem de reconhecer que é responsabilidade deles a paralisação da obra e tem de devolver o dinheiro que não deveria ter sido entregue a eles".
"Se fará o processo legal cabível para sua recessão", afirmou, acrescentando que, "certamente, a decisão é eliminar a capacidade (da Odebrecht) de atuar comercialmente em nosso país".
San Francisco, a segunda hidrelétrica equatoriana cuja inoperância ameaça o abastecimento energético nacional, parou de funcionar um ano depois de iniciar as atividades, devido a um problema nas turbinas.
O presidente Rafael Correa, que já havia ameaçado expulsar o consórcio, garantiu que a Odebrecht recebeu um prêmio de 20 milhões de dólares por entregar a obra antecipadamente no ano passado, e exigiu a devolução do dinheiro.
A Odebrecht tem contratos para a construção de uma estrada, de um aeroporto e de outra hidrelétrica no Equador.