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Morales declara 'persona no grata' embaixador norte-americano

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postado em 10/09/2008 21:12
La Paz - O presidente da Bolívia, Evo Morales, declarou nesta quarta-feira (10) "persona no grata" o embaixador dos Estados Unidos em La Paz, Philip Goldberg, que acusou de incitar a divisão em seu país e promover o separatismo. "Sem medo do império, hoje, declaro o senhor Goldberg 'persona no grata'. Peço ao nosso chanceler da República (..) que envie hoje ao embaixador (uma mensagem), comunicando a decisão do governo nacional, de seu Presidente, para que retorne urgentemente a seu país", disse Morales, durante um ato público no Palácio Quemado, em La Paz. "Ele, que busca a divisão da Bolívia, é o embaixador dos Estados Unidos", acrescentou o presidente, acusando o diplomata de promover os distúrbios em cinco dos nove departamentos do país, onde os opositores rejeitam o projeto de nova Constituição que Morales pretende aprovar com um referendo em janeiro. Washington reagiu qualificando de "infundadas" as acusações de Morales e destacando que não recebeu qualquer comunicado formal sobre Goldberg. Os Estados Unidos não foram informados pelos canais diplomáticos usuais da decisão de Morales de expulsar o embaixador americano, disse à imprensa Gordon Duguid, porta-voz do departamento de Estado. "Estamos tentando confirmar" as informações da imprensa sobre este assunto, destacou, insistindo em que "as acusações contra Goldberg são infundadas". No final de agosto, a chancelaria boliviana protestou pela reunião pública de Goldberg com o governador da região de Santa Cruz, Rubén Costas, cabeça visível da oposição, exigindo que se evitasse esse tipo de encontro, no momento em que a Bolívia vive uma forte crise política. Nas últimas horas, o governo também acusou o líder do comitê cívico-empresarial Branko Marinkovic de estimular os conflitos na cidade de Santa Cruz, na terça-feira, depois de voltar dos Estados Unidos. O governo de Evo Morales tem sido alvo de protestos promovidos pelos governadores e líderes civis de cinco dos nove departamentos da Bolívia, que incluem bloqueios de estradas e invasões de campos de gás, repartições públicas e aeroportos.

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