postado em 12/09/2008 11:01
VARSÓVIA - A justiça da Polônia retomou nesta sexta-feira (12/09) o julgamento do último dirigente comunista do país, o general Wojciech Jaruzelski, de 85 anos, acusado de "crime comunista" por ter imposto a lei marcial em 1981. Vários outros líderes do governo de Jaruzelski serão julgados, entre eles o último secretário-geral do Partido Comunista, Stanislaw Kania, de 81 anos.
Jaruzelski foi acusado em abril de 2007 e se for considerado culpado poderá ser condenado a até 10 anos de prisão. O julgamento havia sido adiado para que fosse estudado um pedido de seus advogados que pretendiam citar como testemunhas vários governantes da época da Guerra Fria, como o ex-presidente soviético Mikhail Gorbatchev, a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher e o ex-chefe de governo alemão Helmut Schmidt.
Mas em maio a corte regional de Varsóvia rejeitou esses pedidos por considerá-los impossíveis de serem atendidos. Na retomada do julgamento, transmitido pela TV, a defesa pediu a absolvição de Jaruzelski e dos demais acusados, alegando que atuaram por razões de "força maior" ao impor a lei marcial, com o objetivo de evitar uma invasão soviética para acabar com o movimento Solidaridad, primeiro sindicato independente do bloco comunista, fundado por Lech Walesa. Na próxima audiência, no dia 25 de setembro, os acusados poderão responder às acusações.