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Conflitos deixam três brasileiros feridos no departamento de Pando

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postado em 12/09/2008 21:28
Os conflitos no departamento boliviano de Pando, onde 14 pessoas já teriam morrido, deixaram ao menos três brasileiros feridos, segundo um jornalista brasileiro que está cobrindo a crise boliviana na fronteira com o Acre. Alexandre Lima, do site O Alto Acre, afirma que os brasileiros (dois homens e uma criança) foram baleados por milicianos quando se dirigiam para a cidade de Cobija, de caminhão. Um dos homens foi ferido na clavícula e outro, nas costelas. A menina, filha de um deles, também se feriu. Eles foram internados no Hospital Roberto Galindo, em Cobija, para observação. Não correm risco de morte, segundo o jornalista, que não soube informar os nomes dos pacientes. Lima afirma que cerca de 2,5 mil brasileiros moram no vilarejo de El Porvenir, um dos locais onde os conflitos são mais violentos, e onde morreu um vereador. O jornalista conta ainda que no início da noite, um avião hércules do Exército da Bolívia pousou no aeroporto da cidade. A população, sabendo da intenção dos militares de ocupar a pista, se dirigiu até o local. Houve confronto e os soldados enfrentaram os civis com bombas de efeito moral, gás lacrimogênio e metralhadoras. Os tiros atingiram três mulheres e um homem, que foram levados ainda vivos para o hospital. A movimentação dos manifestantes no aeroporto tem aumentado. O clima também está tenso no centro da cidade. Há fumaça e cinzas, resultado dos saques ao comércio. Há rumores de que a população possa invandir as lojas que ainda não foram saqueadas, segundo Lima. Pela manhã, os manifestantes amanheceram recolhendo os mortos e feridos do confronto da noite anterior, que deixou oito mortos. Os corpos foram velados na varanda do hospital, que está lotada de feridos. O Rio Acre separa as cidades de Cobija, na Bolívia, e Brasiléia, no Brasil. A fronteira dos dois países tem mais de 3.400 quilômetros de extensão e vai até Corumbá, em Mato Grosso do Sul. Ali, segundo a Polícia Federal, manifestantes bloqueiam a ponte e a estrada que ligam os dois países."Moro na fronteira e acompanho a crise desde o início. Está piorando", resumiu Alexandre Lima.

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