postado em 13/09/2008 20:26
Nice - Ao contrário de Estados Unidos e Japão, a Europa anunciou apenas medidas limitadas para evitar o risco de recessão: usará uma margem de manobra orçamentária, ajudará as pequenas e médias empresas e, a longo prazo, conta com uma ajuda do Banco Central Europeu (BCE) para reduzir as taxas de juros.
"Compartilhamos a mesma constante e nossa região enfrenta diferentes impactos" ligados à onda inflacionária, à crise financeira e à importante evolução das taxas de câmbio, disse a ministra francesa das Finanças, Christine Lagarde, cujo país ocupa atualmente a Presidência rotativa da União Européia (UE), após uma reunião de dois dias com seus pares europeus em Nice, no sul da França.
Os ministros europeus das Finanças concordaram com esta radiografia e com a adoção de medidas para frear a ameaça de recessão. Neste sábado, anunciaram um programa para ajudar as pequenas empresas que passam por dificuldades para conseguir crédito.
O Banco Europeu de Investimentos (BEI) disponibilizará 30 bilhões de euros em empréstimos nos próximos quatro anos para o financiamento das pequenas e médias empresas, dos quais 15 bilhões para 2008 e 2009.
O dinheiro representa um aumento de aproximadamente 50% do montante anual de empréstimos concedidos em 2007.
Diante da desaceleração da atividade econômica, os ministros europeus também decidiram calcular uma margem de manobra orçamentária. O objetivo desta medida é evitar o aumento do déficit acima do limite de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) tolerado pelo Pacto de Estabilidade Europeu.
Esse mecanismo, previsto pelo pacto em questão, permite que os governos realizem uma degradação de suas finanças públicas em momentos de depressão econômica, não compensando os prejuízos das receitas fiscais.
A medida é considerada mais eficaz do que um plano de reativação econômica conjuntural, como o aplicado em janeiro pelos EUA e em agosto pelo Japão.