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Especialistas recomendam cautela na condução dos possíveis impactos da crise americana

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postado em 15/09/2008 17:36
Especialistas ouvidos nesta segunda (15), pela Agência Brasil, sobre a quebra do quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos o Lehman Brothers e suas conseqüências, disseram que o Brasil pode não sofrer o impacto da crise econômica americana, mas que é importante ter cautela. "Nossa economia está indo muito bem, mas isso não significa que estamos imunes", alertou o diretor da Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV), Yoshiaki Nakano. "Esta crise [a norte-americana] é inédita e ainda não sabemos os efeitos e resultados de como será o estouro da maior bolha de crédito de todos os tempos, por isso ainda não temos previsões concretas do que pode ser feito", disse. Já o professor do departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Antonio Correa de Lacerda, está certo de que a crise americana afetará o Brasil. "Não vamos mais repetir um crescimento de 6%", previu. Para Lacerda, embora a economia brasileira esteja forte, o governo precisa ter cautela para que a crise dos Estados Unidos não abale tanto o Brasil. "Está na nossa mão, muita coisa depende de nós." Segundo o professor, fatores internos como aregulamentação da taxa de juros de maneira adequada ao momentoé o queajudará o país a se manter forte no cenário internacional. "Teremos que ser muito competentes na gestão da política macro-econômica", sugeriu. O ex-ministro da Fazenda, Luiz Carlos Bresser-Pereira, converge para o mesmo pensamento: o "Brasil não está livre da crise americana". "Cabe ao governo administrar, comatenção, ataxa do câmbio, que está ruim", opina. Para Bresser, os bancos brasileiros não correm risco algum. "Em matéria de bancos, estamos a salvo porque não praticamos estes empréstimos especulativos", explicou. Para Bresser,o momentoatual é de esperar os próximos acontecimentos antes de tomar qualquer tipo de decisão. "Por hora não se tem o que fazer."

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