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Bolívia se defende e critica relatório dos Estados Unidos sobre drogas

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postado em 16/09/2008 21:29
O governo do presidente Evo Morales classificou, nesta terça-feira (16/09), de "injusta, arbitrária e politicamente arranjada" a decisão do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de dizer que a Bolívia falhou, no último ano, em suas obrigações na luta contra o tráfico de drogas. Em entrevista coletiva, o vice-presidente Alvaro García Linera disse que o relatório da Casa Branca é "política, arbitrária, tecnicamente injustificado e politicamente arranjado", porque "a Bolívia cumpriu seu dever na luta contra as drogas e a erradicação de coca". Segundo ele, o relatório americano está baseado "em outro tipo de critério", após a decisão do presidente Morales de ordenar, na quarta-feira passada, a expulsão do embaixador dos EUA em La Paz, Philip Goldberg, acusando-o de ingerência em assuntos internos locais. Para García, a Bolívia cumpriu "religiosamente" seus compromissos internacionais para erradicar a coca, matéria-prima para a elaboração da cocaína. Um último informe do governo boliviano aponta que, em 2007, foram eliminados 5.700 hectares do plantio, além da apreensão de 413 toneladas de maconha e 17,5 toneladas de cocaína (14,6 de pasta-base e 2,9 de cloridrato). Um relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, sigla em inglês) detalha que há, na Bolívia, 28.900 hectares de coca, dos quais apenas 12.000 são legais para usos tradicionais, como infusão, mastigação e rituais religiosos dos aymaras. O documento dos EUA, que também incluiu Venezuela e Mianmar, surge em meio à pior crise diplomática entre La Paz e Washington, depois que os dois países expulsaram, reciprocamente, seus embaixadores nos últimos dias.

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